Uma das mais importantes datas para a serra gaúcha corre risco de dar prejuízo neste ano. Com a pandemia de coronavírus, apesar de as indústrias poderem trabalhar, todo o comércio está fechado em Gramado.
O gerente industrial de uma chocolateria da cidade, Francisco Eduardo Benetti Marcon, diz que os prejuízos serão enormes.
"A gente sofreu um impacto gigantesco nessa Páscoa. Estamos projetando uma queda de vendas na faixa dos 40%. Isso vai gerar um impacto financeiro pra empresa na faixa dos R$ 5 milhões nessa Páscoa", diz.
A empresa de Francisco é apenas uma das mais de 30 fábricas de Gramado que estão paradas desde o dia 20 de março. A maioria delas vai ficar no prejuízo porque iniciaram a produção de chocolates ainda em novembro do ano passado.
"Cerca de 85% da nossa produção não será comercializada. Isso representa cerca de 1,2 mil toneladas de chocolate", diz o presidente da Associação dos Chocolateiros de Gramado (Achoco), Jaderson Souza.
Páscoa na Serra terá prejuízos este ano. — Foto: Reprodução / RBS TV
O setor chocolateiro gera cerca de 2 mil empregos temporários por ano em Gramado. Agora, as empresas foram forçadas a dar férias coletivas enquanto a produção está parada. Segundo a associação, ninguém foi demitido.
Com a proximidade da Páscoa, as empresas vêm buscando uma alternativa de venda. Uma chocolateria familiar projeta vender 10% do estoque pela internet para minimizar os prejuízos da loja física.
"Até o momento, atingimos apenas 20% das vendas previstas. Nesse momento, foi muito importante organizarmos e fortalecermos os canais de vendas online. Também estamos organizando vendas por delivery. É uma das formas de nos reinventarmos já que o turismo foi muito atingido", destaca a gerente comercial, Jéssica Sachet.
Outro setor atingido pelas restrições é o hoteleiro. O sindicato que representa hotéis e restaurantes calcula um prejuízo histórico.
"A Páscoa é o segundo melhor feriado do ano na região de Gramado e Canela e gera uma ocupação média na hotelaria de em torno de 95%. Obviamente que o turista está menos propenso a viajar e isso fará com que a região tenha uma queda acentuada de movimento, de vendas. A nossa estimativa é de em torno de R$ 100 milhões de perda neste período", diz o presidente do Sinditur Serra Gaúcha, Mauro Salles.
Fonte: G1
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