Em seis anos, a renda per capita no Rio Grande do Norte cresceu 52,08%. O valor saiu de R$ 695,00 em 2014 para R$ 1.057,00 em 2019, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tabulados a pedido da TRIBUNA DO NORTE. Em valores absolutos, o avanço foi de R$ 362,00 no período. No ano passado, o rendimento nominal mensal domiciliar no Estado foi o maior da região Nordeste.
Aumento da renda per capita no Rio Grande do Norte foi puxado pelo pagamento de benefícios sociais do INSS e IPERN, diz especialista
Em 2014, conforme o detalhamento do IBGE, a renda média nacional era de R$ 1.052. No Nordeste, destacavam-se os Estados de Pernambuco (R$ 802,00) e Sergipe (R$ 758,00) com rendas superiores à local. Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba Ceará e Piauí tinham rendimentos per capita que variavam de R$ 604,00 a R$ 695,00. O Maranhão ficava no final da fila com R$ 461,00.
No ano passado, o Rio Grande do Norte se destacou entre as unidades federativas nordestinas e foi o que chegou mais próximo da média nacional da região. O Brasil registrou rendimento mensal médio por pessoa de R$ 1.439,00 e o Rio Grande do Norte, R$ 1.057,00. Mais uma vez, o Maranhão obteve a pior média, com R$ 636,00. Os demais Estados variavam a renda per capita de R$ 731,00 (Alagoas) a R$ R$ 970,00 (Pernambuco).
“Esse é um dado econômico bastante positivo, mas tem várias nuances em seu cálculo que precisam ser consideradas. Todos estão vendo que a economia não está indo tão bem como todos nós gostaríamos. Assim, é importante entender que a renda domiciliar per capita é a renda média do potiguar. Ela é calculada somando-se o total de rendimentos (salários, aposentarias, pensões...) das pessoas do domicílio e dividindo esse total pelo número de integrantes”, analisa o especialista em Gestão e professor da Universidade Potiguar (UnP), Hedson Costa.
Para melhore compreensão do que é a renda per capita mensal da população residente, tomemos o seguinte exemplo: se em um determinado domicílio há duas pessoas que trabalham e a renda salarial total é de R$ 5 mil, e existe cinco pessoas nesta casa, a renda média de cada residente será de R$ 1 mil.
Questionado sobre os fatores que impactaram a renda potiguar no período, proporcionando um aumento significativo, o Prof Hedson Costa destacou o pagamento de benefícios sociais. “Os dados da economia mostram que a taxa de desemprego no nosso Estado ainda continua alta, inclusive acima da média nacional. Assim, o crescimento da renda nesse período se deve em boa parte pelos rendimentos oriundos de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS e pelo IPERN, por exemplo. Nas pequenas cidades, isso é algo bem evidente. Além disso, mesmo que tenhamos poucos domicílios mais concentrados na capital, com uma renda mensal alta, exemplos, R$ 20 ou R$ 30 mil, esses números puxam a média estadual para cima”, argumenta o especialista.
Formatação da renda per capita
O IBGE divulga os valores dos rendimentos domiciliares per capita referentes ao ano de 2019 para o Brasil e Unidades da Federação, calculados com base nas informações oriundas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua.
Esta divulgação atende ao disposto na Lei Complementar 143/2013, que estabelece os novos critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal - FPE e, em consequência, aos compromissos assumidos quanto à definição dos valores a serem repassados ao Tribunal de Contas da União - TCU para o cálculo dos fatores representativos do inverso do rendimento domiciliar per capita.
O rendimento domiciliar per capita foi calculado como a razão entre o total dos rendimentos domiciliares (em termos nominais) e o total dos moradores. Nesse cálculo, são considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes. Todos os moradores são considerados no cálculo, inclusive os moradores classificados como pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos. Os valores foram obtidos a partir dos rendimentos brutos de trabalho e de outras fontes, efetivamente recebidos no mês de referência da pesquisa, acumulando as informações das primeiras entrevistas dos 4 trimestres da PNAD Contínua que compõem o ano de 2019.
Evolução da renda
Veja abaixo a evolução da renda per capita no RN de 2014 a 2019.
2014 - R$ 695,00
2015 - R$ 819,00
2016 - R$ 919,00
2017 - R$ 845,00
2018 - R$ 956,00
2019 - R$ 1.057,00
Nordeste
Compare a renda per capita no Rio Grande do Norte com os demais Estados nordestinos em 2019.
Maranhão - R$ 636,00
Piauí - R$ 827,00
Ceará - R$ 942,00
Rio Grande do Norte - R$ 1.057,00
Paraíba - R$ 929,00
Pernambuco - R$ 970,00
Alagoas - R$ 731,00
Sergipe - R$ 980,00
Bahia - R$ 913,00
Brasil - R$ 1.439,00
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
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