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quarta-feira, março 04, 2020

Com fim de motim de PMs, Bolsonaro antecipa saída das Forças Armadas do Ceará

Resultado de imagem para Com fim de motim de PMs, Bolsonaro antecipa saída das Forças Armadas do CearáApós o acordo que encerrou o motim dos policiais militares no Ceará, o presidente Jair Bolsonaro antecipou para esta quarta-feira (4) o fim da ação das Forças Armadas na área de segurança do estado.

A operação de garantia da lei e da ordem (GLO) tinha previsão de durar até sexta (6).

Bolsonaro autorizou a GLO no dia 20 de fevereiro, após pedido do governador do Ceará, Camilo Santana (PT). As ações de GLO são determinadas pelo presidente da República.

Na semana passada, também mediante pedido do governador, o presidente decidiu prorrogar por mais uma semana a GLO. Mas com a volta dos policiais militares ao trabalho, Bolsonaro decidiu antecipar a saída das Forças Armadas.

O Ceará enfrentou uma crise na segurança pública, motivada pelo motim de policiais militares do estado. A categoria se dizia insatisfeita com a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo local.

Após 13 dias de paralisação, foi assinado na segunda-feira (2) um acordo para encerrar o motim. O acordo foi formalizado e assinado na Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), no Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

Entre outros pontos, o acordo prevê que o governo do Ceará irá investir R$ 495 milhões com salários dos policiais militares até 2022. Outra reivindicação dos amotinados, a anistia aos policiais que participaram do movimento não foi aceito pelo governo do estado.

A Secretaria da Segurança Pública do Ceará deixou de divulgar o número de homicídios ocorridos durante o motim de parte dos policiais militares.

Conforme o órgão, os dados consolidados de fevereiro serão disponibilizados em breve. Mesmo sem as estatísticas finais, os 225 crimes violentos contabilizados durante nove dias paralisação de PMs superou a conta de homicídios de todo o fevereiro de 2019 no estado.

Resumo:
5 de dezembro: policiais e bombeiros militares organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais militares são proibidos de fazer greve.
31 de janeiro: o governo anunciou um pacote de reajuste para soldados.
6 de fevereiro: data em que a proposta seria levada à Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros promoveram uma manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.
13 de fevereiro: o governo elevou a proposta de reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um grupo dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.
14 de fevereiro: o Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará que impedisse agentes de promover manifestações.
17 de fevereiro: a Justiça manteve a decisão sobre possibilidade de prisão de policiais em caso de manifestações.
18 de fevereiro: três policiais foram presos em Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar os pneus. À noite, homens murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região Metropolitana.
19 de fevereiro: batalhões da Polícia Militar do Ceará foram atacados. O senador Cid Gomes foi baleado em um protesto de policiais amotinados.
20 de fevereiro: policiais recusaram encerrar o motim após ouvirem as condições propostas pelo Governo do Ceará para chegar a um acordo.
21 de fevereiro: tropas do Exército começam a atuar nas ruas do Ceará.
22 fevereiro: Ceará soma 88 homicídios desde o início do motim. Antes do movimento dos policiais, a média era de seis assassinatos por dia. Governo do Ceará anuncia afastamento de 168 PMS por participação no movimento.
24 de fevereiro: ministro Sergio Moro visita Fortaleza para acompanhar a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
25 de fevereiro: governo divulga que já tem 43 policiais presos por deserção, motim e queima de veículo particular.
26 de fevereiro: Comissão formada pelos três poderes é criada para buscar soluções para paralisação dos PMs. Ceará pede ao governo federal prorrogação da presença de militares do Exército no estado.
27 de fevereiro: Comissão realiza uma nova rodada de negociações, mas sem resultado, e a paralisação dos policiais continua.
28 de fevereiro: Comissão descarta a possibilidade de anistiar os policiais militares amotinados. Camilo Santana envia à Assembleia Legislativa Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe anistia de policiais amotinados no Ceará.
29 de fevereiro: Assembleia Legislativa inicia série de sessões extraordinárias para votar PEC que proíbe anistiar policiais amotinados.
1º de março: policiais votam pelo fim do motim da categoria.
2º de março: Batalhões são decupados por policiais após o fim da paralisação.

Fonte: G1

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