Subiu para 43 o número de pessoas que denunciaram à Polícia Civil ter levado "agulhadas" no carnaval deste ano no Recife e em Olinda, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (25). Na tarde do domingo (23), eram 12 boletins de ocorrência. Já a Secretaria de Saúde do estado contabilizou, desde o dia 15 de fevereiro, 69 pessoas que alegaram terem sido furadas por agulhas em quatro cidades. Eram 23 até o domingo.
Hospital Correia Picanço, Zona Norte do Recife — Foto: Divulgação/SES
Em 2019, cerca de 300 pessoas prestaram queixa no estado sobre esse tipo de ocorrência e não houve relatos de contaminação. Não houve casos positivos relacionados ao ano passado.
A Polícia Civil apontou, em nota, que foram dez denúncias no sábado (22), outras 15 no domingo (23) e mais 18 na segunda-feira (24), sendo 11 em diversos pontos de Olinda e sete no Recife. Não foram divulgados dados desta terça (25).
"Uma parte dos denunciantes relatou a exposição, neste carnaval, a outras formas de risco de contração do HIV e outra não soube descrever com precisão as circunstâncias e o momento em que foram tocadas por objeto perfurocortante", apontou a Civil no texto.
Os boletins de ocorrência foram registradas no posto de atendimento 24 horas, instalado pela Polícia Civil no Hospital Correia Picanço, referência no atendimento a doenças infecto-contagiosas. "Os policiais civis coletaram os depoimentos, dentro do procedimento das diligências, para identificar e capturar os suspeitos dessa prática", disse ainda a nota.
Atendimentos
Dos 69 casos registrados pela SES no intervalo de 15 a 24 de fevereiro, 41 eram mulheres e 28 homens. Os registros foram feitos nos municípios do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, e Orobó, no Agreste do estado.
As pessoas que relatarem terem sido alvo de agulhadas foram encaminhadas para triagem no Hospital Correia Picanço. Dos 69 casos registrados pela SES no intervalo de 15 a 24 de fevereiro, 65 pacientes realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP), para prevenir a infecção pelo vírus HIV e outras infecções.
Os demais, ou se recusaram a fazer o teste rápido, que é pré-requisito para o uso da medicação e do tratamento, ou não estavam aptos a recebê-lo, o pois já havia passado mais de 72 horas desde o momento da agulhada.
Todos foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias para conclusão do tratamento. Além disso, eles foram orientados a realizar o monitoramento de possíveis infecções no Serviço de Atenção Especializada (SAE) do Correia Picanço, ou nos municípios de residência dos paciente.
A SES explicou que os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas infectadas são considerados baixos, em média 0,3% para HIV.
Saiba o que fazer
Exposição cutânea: lavar imediatamente o local com água e sabão.
Exposição de mucosa: lavar imediatamente e de maneira exaustiva o local com soro fisiológico.
Não é necessário ampliar o ferimento nem espremer o local, nem é recomendada a utilização de substâncias cáusticas, pois essas medidas apenas ampliam a área de exposição, sem demonstração de utilidade profilática.
Realizar curativo conforme necessário.
Encaminhar para o Hospital Correia Picanço para medidas de prevenção.
Polícia Civil instalou delegacia móvel para registrar queixas de agulhadas no carnaval do Recife, em 2019 — Foto: Beatriz Castro/TV Globo
Em 2019
As primeiras denúncias de agulhadas no carnaval de 2019 surgiram no dia 2 de março. Na época, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) informou que dez pessoas foram atendidas em um hospital no Recife depois de fazer os relatos. A pasta disse que esses pacientes receberam medicamentos contra doenças infectocontagiosas.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, todas as pessoas foram atendidas no Hospital Correia Picanço, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte da capital.
Todos os pacientes, informou a secretaria, foram liberados. Antes, no entanto, tomaram medicamentos que são ministrados para prevenção ao vírus HIV.
Eles também receberam a orientação para voltar à unidade de saúde em 30 dias, prazo necessário para a conclusão desse tratamento.
Retrato falado
No dia 8 de março, a polícia divulgou um retrato falado do suspeito de envolvimento no caso em que foliões relataram ter sido agredidos por agulhas de seringa durante o carnaval. A imagem foi feita a partir da descrição feita por uma das vítimas. Um ano depois do fato, não houve relato de prisões.
Depois do carnaval de 2019, uma delegacia móvel foi montada no Hospital Correia Picanço. O resultado do exame realizado nas pessoas que relataram terem sido agredidas com agulhas não foi divulgado.
Fonte: G1
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