A Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap) recuou e não oficializou o pedido de investigação à Polícia Civil sobre o caso de um homem com sintomas de gripe que disse ter tido contato com chineses no RN. A partir da informação do paciente, que chegou a ficar internado em isolamento no Hospital Giselda Trigueiro, uma força-tarefa foi montada para verificar uma possível infecção por coronavírus.
O homem procurou o hospital no dia 12 de fevereiro. De acordo com os médicos, ele disse estar com tosse e febre, além de ter tido contato com chineses de Wuhan - cidade considerada o epicentro do vírus - em 20 de janeiro. Após dois dias de internamento, a hipótese de coronavírus foi excluída e o paciente teve alta.
Em coletiva de imprensa realizada no último dia 14, a Sesap informou que verificou, juntamente com a Polícia Federal, que nenhuma pessoa vindo da China entrou no RN nos meses de dezembro de 2019 ou janeiro de 2020. Dados de hospedagem também foram checados para tentar encontrar algum morador de Wuhan em terras potiguares, mas ninguém foi localizado.
A Secretaria de Saúde informou, então, que iria pedir que a Polícia Civil investigasse a versão dada pelo paciente aos médicos. No mesmo dia da coletiva, a Polícia Civil confirmou que recebeu um contato inicial da Sesap, mas nenhum pedido formal de investigação foi feito pela pasta até a manhã desta quinta-feira (20).
Por meio da assessoria de imprensa, o secretário-adjunto Petrônio Spinelli afirmou que o jurídico da Sesap "está analisando o caso". A secretaria disse ainda que aguarda o retorno do titular da pasta, Cipriano Maia, atualmente em período de férias, para saber se irá ou não pedir investigação.
"É um caso de importância nacional e internacional e há gastos com a saúde. Isso também tem impacto no turismo e no comércio do Estado. Isso será repassado à polícia e as medidas cabíveis serão tomadas dentro da lei", disse a Coordenadora Epidemiológica da Sesap Alessandra Lucchesi, na entrevista coletiva de sexta (14).
Falsidade ideológica
No dia 7 de fevereiro, uma mulher de 39 anos foi presa em flagrante, no Rio de Janeiro, após fingir estar com sintomas de coronavírus ao dar entrada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Copacabana. Claudete Maria Rosa da Silva foi detida por falsidade ideológica e por provocar alarme para perigo inexistente.
Paciente ficou internado no Hospital Giselda Trigueiro, referência em doenças infectocontagiosas — Foto: Quézia Oliveira/Inter TV Cabugi
Fonte: G1
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