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sexta-feira, janeiro 17, 2020

Previsão da Emparn aponta para inverno em condições normais a acima do normal

A previsão de chuvas no Rio Grande do Norte para 2020 é de precipitações dentro do normal ou acima do normal, segundo  prognósticos iniciais da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). Após seis anos de seca, entre 2012 e 2017, o Rio Grande do Norte pode ter seu terceiro ano consecutivo com boas chuvas na quadra chuvosa. As águas que caíram no Estado em 2019, por exemplo, foram as melhores dos últimos sete anos.

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Chefe de Unidade de Meteorologia, Gilmar Bristot, fez avaliações do resfriamento dos oceanos Pacífico e Atlântico

Em reunião realizada na tarde desta quinta-feira (16), na sede da Emparn, em Parnamirim, o chefe de Unidade de Meteorologia, Gilmar Bristot, fez avaliações do resfriamento dos oceanos Pacífico e Atlântico, que contribuem para a chegada de chuvas no semiárido do Nordeste. O parecer inicial é positivo. 


“Se nós tivermos o desenvolvimento das chuvas que estamos prevendo, normal, acima do normal,  poderemos ter uma recuperação sensível dos reservatórios. Em 2019 estávamos trabalhando com percentual de 40 a 45% e chegamos a 35%. Este ano vamos trabalhar com 50% e esperamos chegar a 40% do manancial do Estado", revela Gilmar Bristot. O Rio Grande do Norte é 93% caracterizado como semiárido. 

A média de chuvas no Estado deve variar, a partir das previsões iniciais, entre 800 a 1.200 mm no inverno. Em 2019, por exemplo, essa média ficou entre 830 milímetros, segundo a Emparn.


“Esperamos que as chuvas, dependendo da região, no concentrado dos meses até maio, em torno de 800 a 1.200 mm, a depender da região. A média do Estado ficou entre 830 mm”, disse. 

O diretor do Instituto de Gestão das Águas do RN, Auricélio Costa,  disse que a previsão é positiva para que o Estado possa dar início a um novo ciclo de recuperação dos reservatórios.

“Isso vai permitir que a gente possa avançar nessa recuperação. Espero que na ordem dos 40% porque aí vai permitir, com uma boa gestão da água, a gente possa garantir o seu uso mútuo, tanto para irrigação, abastecimento humano, o uso para indústria, lazer e continuar nessa curva de recuperação hídrica do volume dos reservatórios, porque conseguimos uma segurança para dois, três anos com maior tranquilidade”, disse.


Na semana que vem, a Emparn vai participar de uma conferência internacional com pesquisadores e analistas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) para dar outro diagnóstico sobre as chuvas no semiárido nordestino. 

Durante o encontro em Parnamirim, a Emparn também apresentou o balanço de chuvas da primeira quinzena de 2020. Segundo o órgão, até o dia 15 de janeiro, choveu consideravelmente e acima do esperado em todas as regiões do Estado. A região Agreste foi a que apresentou melhores índices, tendo 69,5 mm de precipitações observadas pelo órgão, quando o esperado era de 22,2 mm. Em seguida, a região com melhor índice foi a Central, com 58,8, quando o esperado era 28,7. O Estado teve média de 59,7 mm.


Nessa quinzena, por exemplo, a Emparn registrou 42 municípios com incidência normal de precipitações, tendo outros 36 com características chuvosa e outros 18 muito chuvosos. Por problemas técnicos, 42 municípios não estavam sendo monitorados nesta quinzena.

O inverno de 2019 ficou dentro da média esperada no Estado e foi o melhor dos últimos sete anos. De janeiro até o dia 23 de julho, por exemplo, choveu, em média, de 500 a 800 milímetros, com as regiões de Martins e Grande Natal registrando os melhores índices.
As chuvas que caíram no Estado, por exemplo, foram responsáveis por 35% do volume de abastecimento das reservas hídricas, atingindo a melhor marca dos últimos oito anos, apesar da expectativa ser de 50%.  Em 2018, como comparação, momento em que o Estado voltou a receber chuvas, essa marca foi de 30%.

Agricultores do MST receberão sementes 
O secretário da Sedraf, Alexandre Lima, e o secretário adjunto, Lucenilson Ângelo, receberam os representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de várias regiões do estado, nesta quinta-feira (16), na sede da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf).

Durante o encontro foi anunciado aos representantes do MST que o Governo do Estado, por meio da Sedraf, irá incluir os agricultores familiares dos acampamentos no Programa Estadual de Sementes Crioulas. Em 2020, o Governo investirá cerca de R$ 600 mil, em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na compra de 62 toneladas de “sementes crioulas” ou “sementes da tradição” oriunda da agricultura familiar, em 30 municípios.

Um dos objetivos do programa é o fortalecimento da agricultura familiar, por meio da compra direta de sementes e distribuição aos agricultores, além de garantir a reposição de estoques de sementes mantendo a tradição e a qualidade da produção.

De acordo com o secretário Alexandre Lima, "Durante a reunião dialogamos sobre um conjunto de políticas que estão sendo construídas pelo Governo do Estado para beneficiar os movimentos sociais do campo. O Governo está garantindo a inclusão dos agricultores familiares dos acampamentos nos programas e políticas públicas para desenvolver o meio rural e a agricultura familiar no Rio Grande do Norte", afirmou o secretário.

Ainda durante a reunião foram apresentados os programas desenvolvidos pela Sedraf como Programa Estadual de Sementes Crioulas, Pecafes e o Mais Ater RN e sobre os editais que serão lançados este ano. Também foi realizado o monitoramento da pauta do MST e o assentamento de cem famílias na Associação do Distrito de Irrigação Baixo Açu (Diba).

Para o representante do MST da direção Estadual, Samuel Aciole Barbosa, “a inclusão dos acampados nos programas do Governo do Estado é um salto na qualidade e um avanço na nossa inclusão social que vai garantir o fortalecimento dos nossos agricultores. Assim vamos construindo, reformando e transformando os acampamentos em centros de produção”.

Reservatórios tiveram nova recarga 
As primeiras chuvas de janeiro que caíram no Estado promoveram uma pequena recarga nos principais reservatórios monitorados. A informação é do Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), que monitora 47 reservatórios com capacidade superior a 5 milhões de metros cúbicos.

Deste total, dez estão com volumes inferiores a 10% de sua capacidade, o que em termos percentuais corresponde a 21,2%. Já os secos são 7, percentualmente,  14,89%.

A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, principal reservatório do Estado, com capacidade para 2,37 bilhões de metros cúbicos de água, está acumulando 552.626.936 m³, o que corresponde  a 23,29% do seu volume total.

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Barragem Armando Ribeiro Gonçalves está com mais de 23% de sua capacidade 

Já na Santa Cruz do Apodi, segundo maior reservatório do Estado, que tem capacidade para 599.712.000 m³, atualmente acumula 113.407.749 m³, percentualmente 18,91% do seu volume total. 

O reservatório Umari, com capacidade para 292.813.650 m³, atualmente acumula 84.627.797 m³, percentualmente 28,9% da sua capacidade total. No dia 8 de janeiro o manancial estava com 83.167.935 m³, correspondentes a 28,4% do seu volume total. 

De acordo com o Igarn, o acumulado das reservas superficiais totais atualmente é de 976.813.706 m³, correspondentes a 22,31% da capacidade hídrica do Estado, que é de 4.376.444.842 m³ de metros cúbicos. No último relatório o acumulado era de 970.394.715 m³, correspondentes a 22,17%. 

Previsão da Emparn entre janeiro e março de 2020
Oeste    390,7 mm

Central    307,0 mm

Agreste    234,8 mm

Leste    319,0 mm

Chuvas na primeira quinzena de 2020
Oeste    52,7 mm

Central    58,8 mm

Agreste    69,5 mm

Leste    58,0 mm

Estado    59,7 mm

Chuvas observadas no ano de 2019 
Oeste    746,66 mm

Central    662,95 mm

Agreste    752,92 mm

Leste     1052,43 mm

Estado     803,74 mm

Chuvas esperadas em 2019
Oeste    790,60 mm

Central    627,60 mm

Agreste    714,50 mm

Leste    1252,10 mm

Estado    846,10 mm

Fonte: Tribuna do Norte

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