O prefeito da cidade de Wuhan, epicentro do surto de coronavírus na China, disse nesta segunda-feira (27) que vai deixar o cargo. Em entrevista ao canal estatal CCTV, Zhou Xianwang assumiu que sua gestão demorou para dar respostas e dados no início das suspeitas sobre a doença.
Vista de Wuhan, na China, após o anúncio do banimento da circulação dVista de Wuhan, na China, após o anúncio do banimento da circulação de veículos não essenciais, no domingo (26) — Foto: cnsphoto via Reuters
"Nossos nomes viverão na infâmia", disse o prefeito. "Mas se for para contribuir com o controle da doença e com a vida das pessoas, o camarada Ma Guoqiang (secretário do Partido Comunista da cidade) e eu assumiremos qualquer responsabilidade."
Xianwang disse que a demora para a divulgação dos dados aconteceu por conta das burocracias do estado Chinês e que ele não tomou qualquer ação de controle antes da resposta do governo. "Espero que todos possam entender que essa é uma doença infecciosa que têm canais especiais de divulgação, de acordo com a lei", afirmou.
O prefeito disse também que a decisão de isolar completamente a cidade foi exclusivamente sua.
Segundo o jornal "New York Times", trabalhadores da saúde de Wuhan acusaram o governo local de reagir muito lentamente à crise. Moradores da cidade recorreram às redes sociais para questionar o isolamento da cidade que dificultou o acesso a serviços básicos de saúde.
Mais de 2 mil casos confirmados
Nesta segunda-feira (27) as autoridades chinesas atualizaram para 81 o número de mortos por coronavírus na China. Das 81 mortes, 76 aconteceram na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, considerada o epicentro da doença. O país anunciou ainda que chegou a 2.761 casos suspeitos, sendo 2.744 na China e 17 nos territórios de Hong Kong, Macau e Taiwan.
Especialistas suspeitam que o número de pessoas infectadas seja muito maior, já que o vírus pode se espalhar antes que apareçam os sintomas, como febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar.
O ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Ma Xiaowei, disse no domingo (26) que a capacidade de transmissão do coronavírus está se fortalecendo e reforçou as ações de contenção, que até agora incluem restrições de transporte e viagens e o cancelamento de grandes eventos, serão intensificados.
Fonte: G1
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