A Polícia Civil confirmou que 74 presos da Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, serão indiciados pelas 27 mortes no massacre registrado em janeiro de 2017. As informações constam no inquérito divulgado nesta sexta-feira (29), em entrevista coletiva, na Delegacia Geral, em Cidade da Esperança, zona Oeste de Natal.
FOTO: NEY DOUGLAS MARQUES
Ao todo, 216 presos estavam envolvidos nas cenas de violência, que explodiram na principal unidade prisional do RN, em 14 de janeiro. De acordo com a investigação, 74 presos vão responder por homicídio, associação criminosa, motim e dano ao patrimônio público. Desses, um preso ainda responderá por homicídio tentado.
O delegado Marcos Vinícius, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), explanou que outros três detentos responderão por destruição e vilipêndio de cadáver. Os resultados do inquérito apontam ainda que 132 presos responderão por falso testemunho. Além deles, sete presos não foram indiciados, pois já morreram.
Foto: Heilysmar Lima
De acordo com o delegado, a maioria dos investigados ainda cumpre pena em Alcaçuz. No entanto, outros já estão fora dos muros da unidade prisional. “Alguns já ganharam liberdade, no regime semiaberto. Mas a maioria ainda está lá. Outros estão foragidos. Todos serão indiciados, com certeza”, pronunciou.
O delegado avaliou a investigação como satisfatória. “Eu diria que o trabalho foi perfeito. Imaginávamos que seria mais difícil, mas a disposição dos agentes penitenciários, do pessoal do sistema prisional, para nos atender para fazer aquele trabalho e levar os presos para aquela investigação. Passamos três dias praticamente acampados em Alcaçuz. Até os presos foram participativos, que falaram e foram importantes. Mas alguns ficaram calados, com medo de se comprometer”, concluiu.
Após a conclusão, o inquérito será encaminhado para o Ministério Público do Rio Grande do Norte e levado ao Judiciário para o julgamento.
Foto: Heilysmar Lima
A comissão de investigação foi formada pelos delegados: Marcos Vinícius, Jamille Pinheiro, Reginaldo Pereira Soares e Elói Xavier. A delegada geral da Polícia Civil, Ana Cláudia, destacou o resultado da investigação. “Aproveitar para parabenizar a equipe pelo trabalho. A elucidação desse crime é fundamental para contribuir com a manutenção do controle do sistema prisional do estado”, declarou.
Fonte: Portal no Ar
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