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segunda-feira, dezembro 02, 2019

Após estalos no prédio do Hospital Getúlio Vargas, cirurgias são adiadas e funcionários relatam medo de desabamento

Os estalos e tremores que causaram a interdição de parte do Hospital Getúlio Vargas (HGV), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, preocupam funcionários e pacientes que dependem dos serviços oferecidos pela unidade de saúde. Nesta segunda-feira (2), profissionais relataram que o funcionamento do hospital não foi normalizado e não tem prazo para que isso aconteça.

Na madrugada da sexta-feira (29), o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil fizeram uma vistoria e interditaram o bloco cirúrgico. No mesmo prédio funcionava a sala de recuperação dos pacientes, que foram retirados às pressas.

Segundo um funcionário, que pediu para não ser identificado, a vistoria foi apenas "visual". "Fizeram um laudo sem nenhum aparelho técnico. Interditam uma área, depois outra, mas não sei o que estão esperando", disse.


Imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram rachaduras no chão e nas paredes internas e externas da unidade de saúde. Como o problema atingiu o bloco cirúrgico, várias cirurgias tiveram que ser remarcadas.

Parte da estrutura externa do Hospital Getúlio Vargas tem rachaduras — Foto: Reprodução/WhatsApp
Parte da estrutura externa do Hospital Getúlio Vargas tem rachaduras — Foto: Reprodução/WhatsApp

A dona de casa Maria Aparecida Brito saiu de Correntes, no Agreste do estado, pouco após a meia-noite e chegou no Recife às 5h. Tudo para conseguir marcar a cirurgia da filha de 13 anos, que tem deficiência física, mas não conseguiu data.

"Sei que nem tão cedo vão me atender porque eles vão entrar em recesso de fim de ano. As funcionárias me disseram que não estão marcando e mandaram vir outro dia. Deixei minha filha com os outros para nada", contou. Segundo Maria Aparecida, a filha precisa de uma cirurgia para "colocar a coluna e a bacia no lugar".

Pacientes não conseguem marcar consultas e cirurgias no Hospital Getúlio Vargas, no Recife — Foto: TV Globo/Reprodução
Pacientes não conseguem marcar consultas e cirurgias no Hospital Getúlio Vargas, no Recife — Foto: TV Globo/Reprodução

As irmãs Janete e Iranete Sampaio vieram de Garanhuns para tentar marcar uma cirurgia no HGV, mas também deram viagem perdida.

"Viemos de Garanhuns para fazer exame de sangue e ultrassom. A funcionária da recepção disse que não ia marcar porque o prédio está caindo. Disse também que era para ligar no dia 26 desse mês para vir tentar marcar", contou Janete.

De acordo com técnicos de enfermagem, desde a sexta-feira os pacientes da emergência estão sendo transferidos para outros hospitais. Serviços como exames e consultas não estão sendo realizados.

Parte interna do Hospital Getúlio Vargas enfrenta problemas estruturais — Foto: Reprodução/WhatsApp
Parte interna do Hospital Getúlio Vargas enfrenta problemas estruturais — Foto: Reprodução/WhatsApp

Os funcionários afirmaram que não há previsão para a situação se normalizar. "A única ordem é de continuar trabalhando. Estamos totalmente amedrontados", denunciou um funcionário da unidade.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que a emergência, enfermarias e a maior parte do bloco cirúrgico do HGV estão atendendo os casos de urgência e que o bloco isolado está sendo analisado.

"Além do isolamento preventivo e provisório, novas análises estão sendo realizadas para averiguar a situação e dar os devidos encaminhamentos", afirma o texto, sobre a estrutura da unidade.

A secretaria disse ainda que monitora, por meio de contrato com empresa de engenharia especializada, a estrutura do prédio do HGV e que "todos os laudos apresentados, até o momento, atestam a segurança da estrutura".

Fonte: G1

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