A Justiça condenou a empresa Taurus a indenizar uma policial militar em R$ 20 mil por sua arma - fabricada pela companhia - ter falhado durante a tentativa de reação a um assalto, em Goiânia. Ao definir sobre o processo por danos morais, o juiz Eduardo Perez Oliveira disse que a oficial só não morreu "por intervenção de Deus e seu treinamento".
O G1 entrou em contato com a Taurus, por email, às 10h49 desta segunda-feira (7), e aguarda retorno.
De acordo com os autos, no dia 27 de fevereiro de 2017, por volta das 22h, a militar seguia a pé para a casa de sua mãe, quando foi abordada por um assaltante em uma moto.
Ainda conforme o documento, ela sacou a arma, modelo 24/7.40, e tentou atirar. Mesmo carregada e com munições intactas, não conseguiu realizar nenhum disparo. A policial, inclusive, sofreu lesões no polegar esquerdo decorrentes das repetidas tentativas.
A arma pertencia à corporação e estava sob a cautela da policial. O magistrado pontuou que provas apontadas pela vítima constatam que "de fato [a arma] possuía vício de fabricação" e pontuou que a mesma era "imprestável".
A empresa, por sua vez, dentro do processo, alegou que a falha na arma deve ter ocorrido por falta de manutenção. Assim, não seria de responsabilidade da Taurus o problema no equipamento.
"Margem segura"
Em seu despacho, o juiz alertou que alguns itens, como armas, não são passíveis de erros, pois qualquer falha pode provocar a morte de alguém.
"Arma de fogo, remédio, freio de carro e preservativo são itens que não admitem uma "margem segura" de erro, pois sua falha pode significar risco à integridade física e até mesmo à vida dos consumidores. Com vida e saúde não se pode agir de forma leviana", diz, na sentença.
Além disso, destacou que são recorrentes as notícias sobre falhas em armas da marca Taurus. Citou, inclusive, o fato de que a Justiça mandou recolher, em 2017, 2,5 mil armas da PM de Goiás por conta de constantes defeitos.
Fonte: G1
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