Um homem que fez uma mãe e um bebê de 10 meses reféns nesta quinta-feira (17), em uma casa no bairro Vida Nova, em Campinas (SP), foi morto por um atirador da Polícia Militar (PM). O sequestrador, identificado como Luciano Santos Barros, é suspeito de envolvimento no roubo a carro-forte em Viracopos nesta manhã.
O bebê saiu da casa ileso. A mulher foi socorrida pela equipe do Corpo de Bombeiros com um ferimento na nádega esquerda e levada ao Hospital PUC-Campinas, onde passa por cirurgia. O criminoso morreu no local. Segundo o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), as negociações começaram por volta de 12h e terminaram às 14h06.
O comandante do Gate, Luiz Augusto, disse que o sequestrador se aproximou da porta da casa com uma arma na cabeça da refém, que estava com a filha no colo. "Ele aumentou a agressividade de forma desconhecida, então o sniper que estava posicionado do outro lado da rua efetuou um disparo." Em seguida, uma equipe do Gate entrou na casa e também atirou no sequestrador.
A advogada Alessandra Giradi, que disse representar Luciano Santos Barros, informou que saiu de São Paulo e foi até o local do sequestro para que o cliente se entregasse. Ela confirmou que o homem participou do roubo no aeroporto.
Policiais militares que atuaram no sequestro após roubo em Viracopos — Foto: Marcello Carvalho/G1
Resumo
Às 9h50, uma quadrilha roubou uma empresa de transporte de valores no terminal de cargas de Viracopos
Houve troca de tiros, e dois vigilantes foram baleados
Na fuga, os criminosos interditaram a Rodovia Santos Dumont (SP-075) nos dois sentidos com três caminhões incendiados. O bloqueio durou entre 10h e 11h45, quando as pistas foram liberadas
A PM encontrou três suspeitos de participar do crime perto do aeroporto. Dois foram mortos pela polícia e outro entrou numa casa e fez reféns. Após duas horas de negociação, ele foi morto por um atirador de elite
A PM estima que 20 criminosos participaram da ação; três morreram e o restante segue foragido
Uma metralhadora ponto 50, uma arma de guerra capaz de atingir aviões, foi apreendida
A PM informou que os dois malotes roubados de Viracopos foram recuperados num caminhão de lixo (a quantia não foi informada)
Segundo o capitão do Baep, no carro-forte alvo dos criminosos havia 22 malotes
O aeroporto ficou fechado para pousos e decolagens das 10h às 10h20. As lojas também foram fechadas.
Metralhadora .50 apreendida após assalto a transportadora de valores no aeroporto de Viracopos em Campinas — Foto: Divulgação/Polícia Militar
Malotes de dinheiro e armas apreendidas pela Polícia Militar em um caminhão de lixo utilizado pelos criminosos que assaltaram Viracopos nesta quinta (17) — Foto: Polícia Militar/Baep/Divulgação
Como ocorreu o sequestro
O major da PM André Luiz Pacheco Pereira, porta-voz da PM, disse que, após o roubo no aeroporto, três suspeitos foram encontrados no Residencial Campina Verde, perto do aeroporto. Eles haviam roubado um caminhão de lixo durante a fuga. Houve troca de tiros, e os três criminosos conseguiram fugir na viatura da GCM e andar cerca de quatro quarteirões até a rua Sócrates.
Dois deles renderam um serralheiro que consertava o portão de uma casa e entraram. Os dois foram mortos, segundo a PM, depois de uma troca de tiros. O serralheiro não se feriu e foi levado para a sede da PF.
O terceiro suspeito invadiu a casa onde estavam a mãe e a menina de 10 meses. Após duas horas de negociações, ele foi morto pela polícia.
Como foi o assalto em Viracopos
Os criminosos interceptaram, no pátio interno do terminal de cargas, um contêiner que carregava uma grande quantidade de dinheiro e seria embarcado em um avião da transportadora UPS. Para chegar até lá, usaram carros clonados. As informações são de uma de fonte ouvida pela TV Globo.
A concessionária que administra Viracopos disse, em nota, que a quadrilha acessou o Terminal de Carga pelo portão E24, usando duas caminhonetes semelhantes a veículos da Aeronáutica. "Esses veículos tiveram os pneus dilacerados na entrada do portão, mesmo assim, seguiram até o pátio do Terminal de Carga e fizeram o assalto portando forte armamento", afirmou.
"A quadrilha fugiu utilizando duas caminhonetes que aguardavam do lado de fora", afirmou a concessionária. Três caminhões foram incendiados na Santos Dumont, o que provocou caos no trânsito. O bloqueio durou uma hora e meia.
Um dos seguranças foi baleado na orelha e outro na perna. Eles foram levados ao Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, e o estado de saúde ainda não é conhecido.
Ao menos parte da carga foi levada e depois encontrada pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal em um caminhão de lixo. Segundo a PM, os dois malotes apreendidos foram tudo o que o grupo havia conseguido roubar. No carro-forte havia 22 malotes.
A transportadora de valores Brinks, que foi alvo do assalto, disse estar levantando as informações. Em nota, a empresa informou que "está colaborando com as autoridades competentes para apuração do ocorrido".
A PM e a Guarda Municipal interceptaram a quadrilha durante a fuga e houve troca de tiros. Três viaturas da Guarda Municipal e uma da PM foram alvejadas. Durante a perseguição, o major da PM Moreira, subcomandante da PM em Campinas, foi baleado na perna. O comandante-geral da PM, coronel Marcelo Salles, informou à tarde que o major passava por cirurgia.
"Ocorrência gravíssima. Marginais fortemente armados com metralhadoras ponto 50, submetralhadoras, fuzis, capacetes, coletes tentaram subtrair o contêiner de dinheiro. Vigilantes reagiram e um deles foi ferido de raspão no braço e outro na orelha. Houve um segundo confronto com a PM. O major Moreira, subcomandante da PM em Campinas, foi ferido a tiro e está em cirurgia em Campinas", informou.
Em nota, a Rede Mário Gatti informou que três funcionários da empresa assaltada no aeroporto de Viracopos foram atendidos no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, e um policial foi atendido no Hospital Ouro Verde. "Os hospitais não têm autorização para informar o estado de saúde dos pacientes", destaca o texto.
Questionado sobre o caso no aeroporto de Campinas, o governador de São Paulo, João Doria, criticou o vulnerabilidade do terminal, cuja responsabilidade de segurança é federal, e disse que o "acesso facilitado" precisa ser investigado.
Atrasos em voos
A Azul informou que, devido ao assalto, alguns voos da companhia registraram atrasos nos pousos e decolagens em Campinas.
AD4474 Campinas-Passo Fundo
AD4477 Passo Fundo-Campinas
AD4282 Campinas-Curitiba
"A Azul ressalta que o aeroporto já foi reaberto, mas lamenta eventuais aborrecimentos ocorridos a seus Clientes. A companhia reforça também que está prestando toda a assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Anac", diz nota.
Fonte: G1
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