A Justiça do Ceará decidiu, nesta quarta-feira (30), submeter 31 dos 44 policiais acusados da participação na Chacina da Grande Messejana a júri popular. Outros três serão julgados na Justiça Militar. A sessão ocorrida na 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará terminou às 16h38 e decidiu ainda que nenhum dos PMs vai ter prisão preventiva.
Onze pessoas foram assassinadas em uma das maiores chacinas já realizadas no Ceará — Foto: JL Rosa/SVM
A Chacina da Grande Messejana, como ficou conhecida, ocorreu em 11 de novembro de 2015. Onze pessoas foram assassinadas em quatro bairros da mesma região de Fortaleza.
Segundo a denúncia do Ministério Público, policiais militares mataram os moradores de Messejana por vingança pela morte do soldado da Polícia Militar Valtemberg Chaves Serpa, assassinado horas antes ao proteger a mulher em uma tentativa de assalto. Não há provas de que as vítimas da chacina tiveram envolvimento com a morte do policial.
O julgamento desta quarta foi dividido em três processos, analisando os recursos feitos pela defesa dos policiais. Dos 44 agentes acusados de participação dos crimes, a Justiça entendeu que 11 não deveriam ir a júri popular. Os demais foram pronunciados e entraram com recursos. As acusações incluem homicídio duplamente qualificado e tentativa de torturas físicas e psicológicas.
Participaram da sessão a desembargadora Marlúcia de Araújo Bezerra, como relatora, e os desembargadores José Tarcísio Souza da Silva e Francisco Lincoln Araújo e Silva.
Quatro pessoas entre os assassinados na chacina eram adolescentes com menos 18 anos; outros três têm entre 18 e 19 anos de idade. Uma outra pessoa assassinada tem 41 anos, e apenas duas com passagem pela polícia: uma por acidente de trânsito e a outra por falta de pagamento de pensão alimentícia.
Fonte: G1
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