domingo, setembro 01, 2019

Susep autoriza seguro de carro com peças de segunda mão

Resultado de imagem para Susep autoriza seguro de carro com peças de segunda mãoA Superintendência de Seguros Privados autorizou as seguradoras consertar carros com peças de segunda mão. Peças usadas.

Na oficina do Flávio Ferraz, tão importante quanto consertar é conversar.

“Eu estava fazendo a cotação de uma peça para um carro: uma peça original custava R$ 1.500 e uma peça chinesa custava R$ 650. A vida útil não vai ser a mesma, nada será a mesma. Então é isso que o usuário precisa saber”, disse o mecânico.

É um dilema que quem tem seguro nunca precisou enfrentar. As apólices sempre cobriram os consertos com peças originais.

A partir de agora as seguradoras não precisam mais usar só peças originais no conserto dos veículos. A justificativa é que isso vai baixar o preço do seguro. Mas e o consumidor? Agora ele fica dividido entre o amor pelo carro e o cuidado com o bolso. Será que essa conta vale a pena?

A Susep, o órgão do governo que fiscaliza os seguros, flexibilizou as regras para a proteção de veículos.

“O seguro com peças originais pode continuar sendo oferecido sem problemas, mas também podem ser oferecidos seguros com peças novas não-originais, nacionais e importadas, outras opções que tornem o seguro mais barato. Peças usadas também podem ser utilizadas”, explicou Rafael Scherre, diretor da Susep.


Atualmente, só 30% dos veículos que circulam no Brasil têm seguro. O objetivo é expandir a cobertura para pelo menos metade da frota.

“A expectativa é que pelo menos 10% de redução dos preços do seguro sejam alcançadas”, disse Scherre.

Especialistas apontam uma série de obstáculos no caminho. É fundamental que os Detrans certifiquem a origem das peças usadas para evitar roubos e desvios. Mas poucos estados do país estão prontos para cumprir essa medida.

E a diminuição do preço do seguro também pode não ser tão simples, como alerta o professor Renato Porto, especialista em direito do consumidor.

“Ao longo do tempo, o que vai acabar acontecendo: esse preço vai voltar a ser o que sempre foi, e a apólice de peças originais, provavelmente, o preço vai disparar e o consumidor não vai ter mais condições de fazer o que já fazia."

O engenheiro mecânico Marcelo é daqueles donos de carro que reparam nos menores arranhões. Agora a preocupação aumentou: é um olho no trânsito e o outro no contrato de seguro.

“Agora eu vou ficar muito mais atento nas letras pequenas do contrato para saber o que realmente eles estão oferecendo nessa questão dessas peças, principalmente em peças que impactam na segurança."

Outra norma publicada pela Superintendência de Seguros Privados passou a permitir que os planos de seguro tenham período de vigência de acordo com a conveniência do consumidor. Pode ser menor do que um ano ou intermitente.

Nesse caso, o contrato é interrompido por um tempo e retomado depois, com inclusão e exclusão de coberturas de risco.

Fonte: Jornal Nacional

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