A 10ª Vara de Justiça Federal converteu neste sábado (28) de temporárias para preventivas as prisões de dois dos seis suspeitos de participação no esquema de invasão de celulares de autoridades. Thiago Eliezer Martins dos Santos e Luiz Molição, presos pela Polícia Federal no último dia 19, estavam presos temporariamente.
Segundo as investigações, os dois são integrantes do grupo que interceptou os celulares de procuradores da Lava Jato e autoridades como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Os detalhes da investigação estão sob sigilo e, por isso, não se sabe efetivamente o papel desempenhado pelos dois no esquema investigado.
A audiência de custódia dos dois presos está marcada para a próxima segunda-feira (30).
As prisões temporárias têm prazo de cinco dias, prorrogáveis por igual período. Na última segunda-feira (23), a Justiça já havia atendido a pedido da Polícia Federal para renovar as prisões temporárias dos suspeitos, que venceriam neste sábado. Já a prisão preventiva não tem prazo para ser encerrada.
Além das prisões, a segunda fase da Operação Spoofing também cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Brasília, Sertãozinho (SP) e em São Paulo, com a participação de 30 policiais federais.
A primeira etapa da operação foi deflagrada em julho, após o site The Intercept divulgar trocas de mensagens entre procuradores da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro. Na ocasião, quatro suspeitos foram presos.
Investigados mantidos na prisão
Todos os quatro alvos da primeira etapa da operação continuam presos em Brasília, após a prisão temporária ser convertida em preventiva, sem prazo para acabar.
Um dos presos, Walter Delgatti Neto, assumiu ter sido o responsável por interceptar o celular de Moro. Em depoimento, ele contou como acessou o Telegam — aplicativo de troca de mensagens —do procurador chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e de outros procuradores.
No depoimento, Delgatti Neto:
revelou que a ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) foi a intermediária entre ele e o jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, que começou a publicar o conteúdo das mensagens em 9 de junho;
disse que não recebeu nenhum dinheiro em troca do diálogo;
disse que sempre se comunicou com Glenn Greenwald de maneira virtual, sem revelar a própria identidade.
De acordo com o Juiz que autorizou a prisão dos quatro suspeitos na primeira etapa da operação, Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, as investigações apontaram que:
os supostos hackers tiveram acesso ao código enviado pelos servidores do aplicativo Telegram para o celular de Moro e dos outros alvos para abrir a versão do aplicativo no navegador de um computador, e não no celular.
depois, fizeram ligações para o número de telefone da vítima, "a fim de que a linha fique ocupada e a ligação contendo o código de ativação do serviço Telegram Web seja direcionada para a caixa postal da vítima”.
Fonte: G1
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