A vacina pentavalente, responsável por proteger recém-nascidos contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e hemófilo B, está em falta no Rio Grande do Norte e em todo o país. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap), o último lote foi recebido em julho, já em quantidade reduzida, de 6.700 doses. A previsão do Ministério da Saúde é de que a situação se normalize apenas em novembro.
Rosângela Melo, técnica de enfermagem da unidade de saúde das Rocas, afirma que são cerca de 20 doses aplicadas por dia
“Está em falta desde o final do mês de julho. A gente sempre recebe do mês anterior para repor do mês posterior. Recebe julho para abastecer o mês de agosto. Em julho, recebemos uma quantidade reduzida, apenas 6.700 doses, quando normalmente recebemos uma média mensal de 10 a 12 mil. Em agosto não recebemos nada.”, disse Katiuscia Rosalie, coordenadora do programa estadual de imunização da Sesap.
A pentavalente é a combinação de cinco vacinas individuais em uma. O objetivo é proteger as pessoas contra múltiplas doenças ao mesmo tempo. Crianças de 2, 4 e 6 meses de vida devem tomar a vacina, em três dosagens.
O Ministério da Saúde confirmou à TRIBUNA DO NORTE que as doses estão em falta em virtude de que a última vacina adquirida por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) “foi reprovada em teste de qualidade feitos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.
A pasta acrescentou ainda que “não há disponibilidade imediata da vacina pentavalente no mundo”, mas que já trabalha em reposição. Um contingente de 6,6 milhões de doses foram compradas e começaram a chegar de forma escalonada em agosto.
“Quando os estoques forem normalizados, o Sistema Único de Saúde fará uma busca ativa pelas crianças que completaram dois, quatro ou seis meses de idade entre os meses de agosto e novembro para vaciná-las”, reforçou a nota.
A Secretaria Municipal de Saúde de Natal disse que recebeu o último lote em agosto, de 541 doses. Na Unidade Básica de Saúde das Rocas, a técnica em enfermagem Rosângela Melo disse que, quando dispunha da vacina, a média era de 15 a 20 aplicações por dia. “É o dia todo procurando. As pessoas vêm atrás da vacina do sarampo e já querem saber da pentavalente”, explica, alertando que orienta pais e mães a virem em outubro em busca da vacina.
A reportagem ligou para três clínicas da rede privada que oferecem vacinas em Natal. Todas dispunham da pentavalente e os preços variam entre R$ 240 e R$ 250.
Mesmo com a dificuldade, a coordenadora Katiuscia Rosalie garantiu que o público-alvo vai ser vacinado e que a orientação dada aos profissionais de saúde dos municípios é para fazerem o agendamento dos que procurarem neste período de falta.
O Ministério da Ssaúde e a Sesap ressaltaram ainda que as doenças que a pentavalente cobre não ensejam emergência epidemiológica. “A gente tem controle epidemiológico, são doenças que não estamos passando por surto ou algo do tipo”, disse Katiuscia.
Aliado a essas questões, as duas instituições afirmam que há estoques nacionais suficientes para a realização de bloqueios vacinais, caso surtos inesperados aconteçam. Mesmo tendo o estoque zerado para esta dose, Katiuscia informa que caso o Estado precise, a solicitação será feita ao ministério.
Cobertura
A cobertura vacinal da pentavalente ainda é considerada baixa pelas autoridades no Rio Grande do Norte. Um boletim disponibilizado pela Sesap na quinta-feira (12), tabulados até o dia 11 de setembro, deu conta de que o RN atingiu apenas 60,61%, até o momento, quando o ideal é 95% do público-alvo, que são crianças de 2 a 6 meses, que tem doses aplicadas em três vezes.
A região com maior índice de cobertura é a de Pau dos Ferros, com 84,71%. A região de Açu vem logo em seguida, com 75.88%.
No ano passado, a cobertura também não foi satisfatória. O total foi de 88,67% no Estado, e apenas uma regional de saúde conseguiu atingir a meta estabelecida, que foi a de Caicó, com índice de 97,41%. As áreas de Santa Cruz (92,41%), Pau dos Ferros (91,22%) e a Metropolitana (92,07%) aparecem logo em seguida.
O que
A vacina: A pentavalente é a combinação de cinco vacinas individuais em uma. O objetivo é proteger as pessoas contra múltiplas doenças ao mesmo tempo.
Quem deve tomar: crianças aos 2, aos 4 e aos 6 meses de vida.
Quem não pode: Crianças com 7 anos ou mais de idade.
Após reações em dose anterior, como moleza e palidez nas primeiras 48 horas, convulsões nas primeiras 72 horas, reações alérgicas nas primeiras duas horas e encefalopatia aguda nos primeiros sete dias após a vacinação.
Quais doenças a pentavalente previne: A vacina garante a proteção contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b, responsável por infecções no nariz, meninge e na garganta.
Fonte: Tribuna do Norte
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