Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (26) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que 67% dos consumidores brasileiros não conseguem guardar nenhuma parte de seus rendimentos mensais.
Cédulas de dinheiro no bolso — Foto: Arquivo/Agência Brasil
Entre os brasileiros mais pobres, das classes C, D e E, o percentual é ainda maior: 71%. Já nas classes A e B, o percentual de não-poupadores é de 54%, o que revela que o hábito de poupar dinheiro não é frequente mesmo entre pessoas que recebem um salário maior.
A pesquisa foi feita em agosto e ouviu 800 pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais, em 12 capitais das cinco regiões brasileiras. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.
Entre as justificativas para não poupar dinheiro, 40% alegaram possuir uma renda muito baixa. Outros 18% disseram ter sido surpreendidos por algum imprevisto financeiro, 15% citaram gastos extras atípicos com reformas, tratamentos médicos e compras, e 13% reconheceram ter perdido o controle sobre os próprios gastos.
Na parcela de 22% que de entrevistados que disseram ter conseguido poupar parte da renda em agosto, cada poupador guardou em média, R$ 546,61.
Segundo o SPC Brasil, o baixo número de poupadores tem se mantido estável ao longo da série histórica da pesquisa, sendo que em agosto de 2018 girava em torno de 16%.
“Com desemprego presente em muitos lares, o orçamento familiar tornou-se mais apertado e, em alguns casos, insuficiente até para honrar compromissos já assumidos. No entanto, não se pode ignorar que muitos consumidores não dão a devida importância para a formação de uma reserva financeira. O consumidor deve ter em mente que um orçamento controlado pode fazer toda a diferença. O ideal não é poupar somente o que sobra no fim do mês, mas sempre reservar uma quantia fixa, encarando o valor destinado para a reserva como mais um compromisso mensal”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Poupança é aplicação preferida
A pesquisa mostra que, entre os que poupam, 42% tiveram de sacar ao menos parte desses recursos em agosto, principalmente para pagar contas do dia a dia (32%), quitas dívidas (30%) e lidar com imprevistos (26%).
O levantamento aponta ainda que o principal destino do dinheiro poupado pelos brasileiros continua sendo a caderneta de poupança, citada por 66% dos entrevistados.
"Também chama a atenção o fato de que 21% deixam a quantia parada na conta corrente e 18% guardam dinheiro em casa. Outras modalidades mais sofisticadas como o tesouro direto e CDBs foram citados por 11% e 9%, respectivamente", aponta o SPC Brasil.
Entre aqueles que optam pela poupança, guardar dinheiro em casa ou na conta corrente, 33% citaram a facilidade de sacar o dinheiro a qualquer momento. Já 21% alegaram não ter dinheiro suficiente para investir em outras modalidades e 19% o hábito no uso das opções mais tradicionais. Outros 16% afirmaram ter medo de perder o valor aplicado e 11% disseram não ter conhecimento suficiente para investir.
Fonte: G1
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