Diante de resistências políticas à privatização da Eletrobras, aliados do governo do presidente Jair Bolsonaro sugeriram à equipe econômica vender antes os Correios.
Segundo líderes de partidos alinhados ao Palácio do Planalto, o Legislativo teria mais facilidade hoje de aprovar o projeto de lei para venda da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Já o texto da privatização da estatal do setor elétrico enfrentaria fortes obstáculos no Congresso.
Nesta quarta-feira (21), o governo deve anunciar a lista de 17 estatais que serão privatizadas. A informação é que os Correios encabeçarão a relação e a Eletrobras também estará na lista.
A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda tenta convencer os aliados a aprovar a venda de ações da Eletrobras, que pode gerar R$ 12 bilhões ao caixa do Tesouro Nacional e teria condições de ser efetivada mais rapidamente.
Já a venda dos Correios, que parece ser mais consensual dentro do Congresso, teria um caminho mais longo a percorrer. Precisaria ser aprovada ainda a modelagem da privatização, o que inviabiliza a operação neste ano. No melhor dos cenários apenas no final do primeiro semestre de 2020.
O problema é que o governo está precisando gerar dinheiro ainda neste ano para superar a falta de recursos que já afeta o funcionamento de alguns ministérios.
O governo federal tem atualmente 132 estatais, das quais 46 são de controle direto e 86 são subsidiárias da Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa, Correios e BNDES.
Nos últimos dois anos, 22 estatais já foram privatizadas ou liquidadas, sendo a maioria delas subsidiárias da Eletrobras e da Petrobras.
Um dos reflexos da resistência de deputados e senadores em relação à venda da Eletrobras foi a derrota do governo na votação de medida provisória que autorizava aporte de R$ 3,5 bilhões na estatal, a fim de ela pagar dívidas assumidas com subsidiárias que foram vendidas.
A MP foi vetada pela Câmara dos Deputados. Agora, o ministro Paulo Guedes negocia a aprovação de um projeto de lei para fazer o aporte.
Aliados do presidente Bolsonaro, principalmente da região Nordeste, são contra a venda da estatal do setor elétrico porque eles ainda contam com indicações políticas para cargos na empresa e uso de seus serviços para atender suas bases eleitorais.
Fonte: G1
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