A Polícia Civil investiga se o ouro roubado do aeroporto de Guarulhos há doze dias está sendo contrabandeado em pequenas partes para a China, onde o metal vale mais do que os R$ 110 milhões no Brasil.
Além de roubar as barras de ouro, a quadrilha levou uma carga de esmeraldas e de relógios de luxo, de acordo com o chefe da delegacia de roubos a bancos Pedro Ivo Corrêa dos Santos em entrevista coletiva nesta terça-feira (5).
No total, foram 15 quilos de esmeralda que iam para a Índia, 18 relógios de luxo que iam para a Suiça e mais 51 quilos de ouro que iam para Dubai.
Seis presos
Dos seis criminosos identificados pela polícia, quatro estão presos. O caso começou a ser desvendado com confissão de Peterson Patrício - o supervisor de segurança do aeroporto de Cumbica.
Na confissão, ele disse que "esta empreitada já havia sido orquestrada desde o começo do ano e realizada sem sucesso em outras duas ocasiões". Disse ainda que "os valores auferidos com o crime seriam distribuídos em partes iguais para todos os integrantes da quadrilha".
De acordo com o inquérito, Peterson Patrício disse que foi Peterson Brasil, um amigo de infância dele, quem juntou os outros integrantes do bando. Patrício revelou ainda onde o grupo costumava se reunir.
Em um desses locais, a polícia encontrou imagens e conseguiu identificar outros criminosos. O mentor do assalto, segundo a investigação, é Francisco Teotoônio da Silva Pasqualini, conhecido como Velho. Ele é cunhado de Peterson Brasil e desapareceu depois do assalto em Cumbica.
De acordo com o delegado, Pasqualini já tem várias passagens pela polícia.
“Foi preso primeira vez em 1982, já participou de roubo a carro-forte da própria Brinks em 1983, é um indivíduo bastante conhecido da polícia, um criminoso reincidente, então, foi identificado esse líder", afirmou.
Marcelo Ferraz da Silva, o Capim, preso no sábado (3), é apontado como o chefe operacional do bando. Segundo as investigações, Joselito de Souza providenciou as viaturas clonadas da Polícia Federal usadas na ação.
O advogado de defesa de Peterson Patrício contesta a versão da polícia e diz que o cliente dele é inocente. Os advogados de defesa dos outros citados não foram localizados.
Local onde os bandidos trocaram de carros após invadirem o terminal de cargas de Cumbica e roubarem ouro — Foto: TV Globo/Divulgação
Ouro
Os investigadores apuram agora se os mais de 760 quilos de ouro estão sendo exportados para a China disfarçados em pequenas partes. Filetes pequenos de 9cm x 6cm podem estar sendo colocados dentro de celulares e encaminhados para a o país asiático.
Na segunda-feira (5), a polícia prendeu um chinês que é comerciante na região do Brás. Ele estava com quase um quilo e meio de ouro na Avenida Paulista. A polícia ainda não vê relação com a carga roubada no aeroporto, mas como ele não tinha a documentos que comprovassem a origem do produto, foi autuado por evasão de divisas. O advogado de defesa João Victor Abreu disse que o ouro estava sendo comercializado de forma legal.
“Ele tinha esse ouro, no momento da prisão, sem conseguir declarar a origem desse monta e aí ele foi detido para prestar esclarecimentos e, no decurso das investigações, nós iremos comprovar as devidas origens do material apreendido”, afirmou.
Fonte: G1
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