quinta-feira, agosto 22, 2019

Mastercard aumenta remuneração a bancos e valor poderá sair do bolso do consumidor

Empresários do setor de bares e restaurantes protestam contra um aumento na tarifa paga aos bancos pela bandeira de cartões Mastercard. A alta de 40% vai aumentar o custo das empresas e deve aumentar, também, o preço pago pelo consumidor.

FOTO: ARQUIVO/PORTAL NO AR

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Rio Grande do Norte, Arthur Fontes, explicou ao PORTAL NO AR que o episódio “é mais um exemplo causado pela verticalização bancária, elemento do cenário financeiro do Brasil que a Abrasel vem protestando contra”.

“A Mastercad subiu a taxa que obriga as maquinetas a baixarem as próprias taxas para se tornarem competitivas”, destacou Fontes. No entanto, desde o mês de maio, as empresas de maquinhas reduziram a praticamente zero o valor das taxas justamente para aumentar a competitividade.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente nacional da Abrasel, Paulo Solmucci, afirmou que encaminhou cartas questionando o aumento para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e para o Banco Central.

Como a taxa do cartão é distribuída

As bandeiras, como Mastercard, Visa e Elo, são responsáveis por conectar os bancos – que emitem os cartões – com as empresas de maquininhas – que permitem a operação de crédito nos estabelecimentos comerciais.

Quando o dono do estabelecimento aceita o pagamento no cartão de crédito, paga uma taxa que serve de receita para a empresa da maquininha, para a bandeira e para o banco.

Mesmo sendo a empresa de maquininha que apresente a taxa para o lojista, ela só controla uma parcela da taxa – que equivale a própria receita. O restante do valor é determinado pela bandeira  -que repassa uma parte para o banco.

Pelo sistema do mercado, as bandeiras ganham mais se estiverem em mais cartões emitidos pelos bancos. Para incentivar os bancos a emitirem mais cartões com suas bandeiras, as empresas aumentam a taxa que repassam das compras com cartões de crédito. Para gerar esse aumento, aumentam o valor recebido nas operações de crédito.

“É um setor que, em vez da concorrência baixar o preço, ela aumenta”, reclamou Solmucci.

De acordo com o executivo da Abrasel, o valor cobrado pela Mastercard em compras com cartões de crédito subiria de 0,75% para 1,05% (aumento de 40%) e começaria a valer em 1º de outubro. Ele aponta que será difícil repassar o acréscimo na despesa para o consumidor, porque a renda da população está comprimida pelo desemprego elevado.

fonte: Portal noAr

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