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quinta-feira, agosto 08, 2019

Lei Maria da Penha completa 13 anos, mas violência doméstica segue fazendo vítimas fatais

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A Lei Maria da Penha completou, nesta quarta-feira (7), 13 anos.

O que dizer de um homem que tentou matar a mulher e o filho de cinco anos, em Goiânia? Ele atropelou os dois porque não aceitava o fim do casamento. E como justificar essas cicatrizes no corpo de uma mulher, no interior do Piauí? Foram as respostas do ex-marido, porque ela também queria ir embora.

As histórias dessas sobreviventes da violência doméstica podem se juntar a milhares de outras, mas muitas só podem ser contadas por quem ficou com a saudade.

Iolanda foi morta pelo ex-marido, padrasto da Camila. “Era muita. Era muita facada que ele deu nela. O meu irmão viu tudo”.

Nathalie, grávida de três meses, não queria abortar e foi carbonizada pelo ex-namorado. “Nossa, minha irmã era uma pessoa muito maravilhosa, de um coração enorme. Ela tirava dela para dar para as pessoas, sabe?”, fala Carolina Rios, irmã dela.

Yasmim Dias se lembra da frase dita antes de o padrasto matar a mãe dela: “Ele chegou a falar que, se ela não fosse dele, ela não seria de mais ninguém”.

Em 13 anos da lei Maria da Penha, o Brasil se movimenta para salvar mulheres, mas enterra cada vez mais vítimas da violência doméstica. Nos últimos três anos, o feminicídio matou 12 mil mulheres e quase 900 mil pediram medida protetiva em todo o Brasil. Só no Rio, em julho, mais de 30 mil pedidos de socorro de mulheres, pelo 190 da Polícia Militar.

A medida protetiva foi criada para manter o agressor distante da vítima. Mas isso nem sempre acontece. Muitas vezes a mulher está sozinha quando o parceiro se aproxima. A função da patrulha Maria da Penha é fazer a diferença entre a vida e a morte.

A partir de agora, as viaturas vão fazer rondas diárias nos lugares onde as mulheres correm mais perigo. “As próprias mulheres, infelizmente, sabem onde esses agressores costumam atacar. Nós já tivemos casos no Brasil de mulheres que já morreram com medida protetiva dentro do bolso”, fala a major Cláudia Moraes, do Programa de Prevenção da PM-RJ.

Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, um dos municípios mais violentos para as mulheres, foi criada uma rede para dar o suporte às vítimas. “Quando a mulher vai fazer o registro, isso gera uma medida protetiva. E quando o homem vem e descumpre essa medida protetiva, gera prisão”, explica a defensora pública Juliana Barros.

Selma faz parte da rede. Conseguiu se livrar das agressões e das ameaças do ex-marido e hoje ajuda mulheres na mesma situação: “Eu venci e estou viva. Hoje é comemorado 13 anos da lei Maria da Penha e eu estou viva para contar essa história”.

Fonte: G1

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