O Jornal Nacional já mostrou várias reportagens sobre o perigo das mensagens falsa que têm circulado em redes sociais estimulando pessoas a não se vacinar. Nós também já mostramos o aumento do número de casos de doenças que poderiam ser evitadas com as vacinas. Mostramos cidades que têm enfrentado surto de sarampo, por exemplo.
Mas, mesmo com alertas repetidos praticamente em toda a imprensa, apesar dos apelos das autoridades de saúde... Alguns pais só estão levando os filhos para se vacinar por força de uma ordem judicial.
Cada injeção a mais é um alvo a menos para o sarampo.
“Eu fiquei com medo, por isso eu vim”, disse a nutricionista Kenia Gonçalves Fernandes.
A preocupação é com os novos casos registrados na cidade de São Paulo: 778 desde o começo do ano. Equipes de saúde estão aplicando a vacina em creches, escolas, condomínios, empresas. A vacina é segura, mas muita gente tem medo.
“Eu não gosto de agulha”, disse o analista administrativo Thiago Alexandre Pinheiro.
“Tive que convencer todo o pessoal do escritório, falar não dói, que é só uma picadinha e tive que vir com ele”, contou a colega Beatriz Marques.
A taxa de vacinação vem caindo no país. A cobertura da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, caiu de 96% para 90% em três anos. A da paralisia infantil, de 98% para 84%; e a da meningite, de 98% para 87%.
Em Paulínia, no interior de São Paulo, um casal decidiu não vacinar o filho por acreditar que vacina faz mal à saúde da criança. O menino, que está com quase 4 anos, nunca foi imunizado contra nenhuma doença. O conselho tutelar da região soube da história e levou ao Ministério Público.
O Tribunal de Justiça mandou vacinar e alertou que a vacinação é dever dos pais previsto na Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
"Nosso Estatuto da Criança e do Adolescente prevê infrações administrativas, a negligência dos pais em relação à saúde e ao cuidado dos filhos. E a não vacinação é uma forma de negligência porque está expondo o filho a uma situação de perigo", afirma o promotor André Perche Lucke.
Na cidade de Rio do Sul, em Santa Catarina, os pais de três crianças não levavam os filhos para tomar as vacinas desde que, segundo contaram, a filha mais velha teve forte reação a uma vacina tomada.
A alergia não foi comprovada e a Justiça determinou que as crianças sejam vacinadas de imediato.
"Eu levei em consideração o atual surto de sarampo, as notícias que estão sendo divulgadas na mídia no sentido do retorno de certas doenças, inclusive o sarampo, que até pouco atrás estavam erradicadas", disse o disse o desembargador Carlos Roberto da Silva.
O pediatra e infectologista Orlei Ribeiro de Araújo diz que são raríssimos os casos de reação alérgica à vacina.
"Uma pessoa não vacinada pode introduzir num grupo, numa comunidade, uma doença que seria protegida por vacinação e, dessa forma, seria uma atitude irresponsável, colocando a vida de outras pessoas em risco”.
Fonte: g1
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