A Petrobras já vendeu integralmente o lote suplementar de ações da BR Distribuidora e agora detém 37,5% do capital da empresa, disse nesta quinta-feira (25) o presidente da estatal, Roberto Castello Branco.
Segundo o executivo, a oferta ocorreu imediatamente após à venda do lote-base de ações que transferiu o controle da companhia de distribuição para a iniciativa privada.
A demanda de investidores pelas ações da BR foi 4 vezes maior do que a esperada, de acordo com o executivo. Foi o maior follow-on (oferta secundária) da bolsa brasileira desde 2010, segundo a B3, e a primeira privatização via mercado de capitais do país.
As ações já circulam na bolsa. Às 11h, os papéis tinham queda de 0,91%.
"Começaram fortemente. Um excelente desempenho. Um sinal que, apesar da oferta, a operação foi um sucesso. Normalmente quando se tem um momento de oferta de ações, quanto mais constante, o preço da ação recua. E o preço de fechamento de R$ 24,50 foi o mesmo do lançamento da operação", afirmou Castello Branco. "Normalmente, o que acontece, em média, é um desconto de 6%. E não teve desconto nenhum. É excesso de demanda."
O lote-base vendido era de 349,5 milhões de ações, o equivalente a 30% do capital da companhia. A operação foi de R$ 8,5 bilhões. Com essa venda, a Petrobras passou a deter 41,25% do capital. O lote suplementar foi de mais cerca de 43,7 milhões de ações, elevando o valor do negócio para R$ 9,6 bilhões e reduzindo a participação da petroleira para 37,5%.
Estreia das ações da distribuição secundária da BR Distribuidora — Foto: Luísa Melo/G1
Venda da Liquigás
Castello Branco reafirmou o compromisso da Petrobras de focar em suas atividades principais e se desfazer de outras subsidiárias. A próxima venda será a da Liquigás, distribuidora de gás de cozinha, que ocorrerá no próximo mês. As ofertas vinculantes (finais) pela empresas serão recebidas no dia 7 de agosto, de acordo com o executivo.
O secretário especial de desestatização, Salim Mattar, disse que as privatizações “vão acontecer de forma lenta e gradual, mas constante” durante o governo Bolsonaro.
Segundo ele, não há uma lista das próximas empresas que devem ser concedidas à iniciativa privada, mas há um “punhado” delas sob estudo.
Lojas de conveniência e programas de fidelidade
O presidente da BR, Rafael Grisolia, disse que o plano da BR agora é investir em lojas de conveniência, lubrificantes, e meios de pagamento e programas de fidelidade.
"Essa é a aspiração, o desejo, é pra onde a BR caminha".
Grisolia admitiu que, apesar do seu porte, a BR não é a empresa mais rentável do setor.
"Temos competidores que todo dia nos mostram com resultado onde nós queríamos estar", disse, emendando que para alcançar os concorrentes a companhia vai cortar despesas em revisão de contratos e por meio da gestão de pessoas. "Uma vez privada, você consegue fazer as melhores práticas de contratação, porque dentro da lei das estatais tem um regramento muito rígido".
Fonte: G1
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