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quinta-feira, julho 04, 2019

Idosa de SP tem aposentadoria suspensa por não conseguir comprovar que está viva

Uma idosa de 88 anos, moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, teve benefícios, como o recebimento de aposentadorias e pensões, suspensos após não conseguir provar que estava viva. Em entrevista ao G1, a filha de Maria Benedicta Granado acusa o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de descaso com a aposentada.

Idosa de Praia Grande, SP, perde benefícios após não realizar a comprovação de vida — Foto: Arquivo Pessoal/Edilene Granado
Idosa de Praia Grande, SP, perde benefícios após não realizar a comprovação de vida — Foto: Arquivo Pessoal/Edilene Granado

De acordo com a filha de Maria, Edilene Aparecida Granado, de 52 anos, o problema começou em março de 2019, quando a idosa ficou debilitada após sofrer uma infecção, impossibilitando que Maria pudesse ir à agência bancária realizar a comprovação de vida anual. As duas moram juntas no bairro Jardim Imperador.

"Minha mãe ficou doente em março, passou oito dias internada aqui em Praia Grande e ficou debilitada muito rápido. Hoje não consegue mais andar e é atendida pelos médicos em casa e só sai de ambulância. Em abril, ela teria que ir ao banco para fazer a comprovação, mas, como está muito frágil, não pode ir", relata a filha.

Segundo Edilene, após a mãe não conseguir realizar a comprovação presencial, elas foram orientadas a procurar o INSS e agendar uma pesquisa externa, na qual um funcionário do instituto compareceria à casa da idosa para fazer a comprovação de vida. O direito é garantido pela Resolução 677/2019 do INSS, publicado no Diário Oficial da União em 26 de março de 2019.


"É um descaso enorme. A gente precisa fazer um agendamento para ir à agência e pedir a visita do funcionário. Acontece que em todas as vezes que eu fui no INSS daqui de Praia Grande os funcionários dizem que esse serviço não existe, que nenhum funcionário faz visita. É um absurdo porque está na lei e a lei tem que ser cumprida", desabafa.

Apoio
Edilene afirma, ainda, que conta com a ajuda de vizinhas que se mobilizaram para ajudar a filha e a mãe. "Uma vizinha ofereceu uma cadeira de rodas, outra ofereceu carona para levá-la ao banco, mas minha mãe está muito fraquinha, tenho medo que ela possa cair e se machucar. Seria ainda pior".

"Eu cuido dela desde 2000, quando ela teve um derrame. Somos só nós duas e agora, que ela está piorando, meu tempo é todo para cuidar dela, não tenho nem como trabalhar. Então precisamos desse dinheiro para o básico do nosso sustento, como alimento, fraldas e as contas de casa. Eu não posso me recusar a pagar um imposto, então eles também não podem negar esse direito que está na lei", afirma Edilene.

Procurado pelo G1, o INSS informou que houve um equívoco no atendimento porque o servidor entendeu que a idosa teria que passar por perícia médica, que é um serviço que não é mais feito na unidade.

"Para solucionar o problema, a unidade em Praia Grande está entrando em contato com a filha da senhora Maria Benedicta para agendar o quanto antes esse atendimento e poder desbloquear o pagamento da beneficiária", afirma, em nota.

Comprovação de vida
Para continuar a receber benefícios, aposentados e pensionistas devem realizar, anualmente, a comprovação de vida. A prova deve ser feita por beneficiários, representantes legais ou procuradores regularmente cadastrados no INSS. Idosos com mais de 80 anos e com dificuldades de locomoção também podem realizar o exame em casa, mediante apresentação de atestado médico.

Fonte: G1

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