O estilo do presidente Jair Bolsonaro de falar de improviso e reagir a críticas acaba prejudicando as próprias medidas do governo, segundo avaliação de assessores presidenciais feita ao blog.
Segundo um assessor presidencial, uma medida da agenda positiva desta semana, a liberação de saques de contas ativas e inativas do FGTS, que agrada aos trabalhadores e vai dar uma injeção de ânimo na economia, pode ter seu impacto reduzido e até ofuscado por declarações do presidente da República.
Afinal, num sentido contrário, Bolsonaro lançou no ar a possibilidade de o governo propor a redução da multa de 40% do fundo paga a empregados demitidos sem justa causa.
“Era o mesmo que dar com uma mão e tirar com a outra”, disse o assessor ao blog. O próprio presidente, porém, fez questão de dizer, depois, que a medida não está nos planos do governo no curto prazo e que, para ser adotada, precisa ser aprovada no Congresso.
A redução da multa de 40% do FGTS faz parte de um conjunto de medidas de médio e longo prazos em estudo pela equipe econômica para a fim de diminuir os custos trabalhistas no país.
Viria dentro da ideia de lançar a carteira “verde e amarela”, na qual os trabalhadores abririam mão de alguns direitos trabalhistas para aumentar o nível de emprego no Brasil.
Bolsonaro, desde a campanha, diz que o trabalhador brasileiro terá de optar por mais direitos e menos emprego ou menos direitos e mais emprego.
Nos últimos dias, ao falar na redução da multa, ele voltou a tocar no assunto. A repercussão negativa, porém, fez o presidente recuar e afirmar que a medida não está em estudo neste momento.
A liberação de saques das contas de FGTS será anunciada na próxima quarta-feira (24), quando o presidente deve assinar medida provisória. A proposta é autorizar um saque anual das contas do fundo, em um percentual que ainda está sendo definido pela equipe econômica.
Seria uma nova modalidade opcional de saque. Se o trabalhador optar por ela, teria de abrir mão de fazer o saque integral no momento em que saísse do emprego numa demissão sem justa causa. A equipe econômica justifica a condicionante a um estímulo para evitar a rotatividade no emprego.
Fonte: G1
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