O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (5) que não defende o trabalho infantil, mas usou o próprio exemplo para afirmar que o trabalho "enobrece todo mundo e se aprende a dar valor ao dinheiro desde cedo quando se trabalha".
Após cerimônia em uma unidade militar do Exército em Brasília, o presidente foi questionado se defendia o trabalho infantil.
"Trabalhei desde os 8 anos de idade plantando milho, colhendo banana, com caixa de banana nas costas com 10 anos de idade e estudava. E hoje sou quem sou. Isso não é demagogia. Isso é verdade", afirmou.
No dia anterior, durante uma "live" em uma rede social, o presidente havia falado do assunto espontaneamente. "O trabalho dignifica o homem, a mulher, não importa a idade", afirmou na transmissão ao vivo.
Tanto na entrevista desta sexta quanto na "live" de quinta, o presidente disse não defender o trabalho infantil e afirmou que não enviará nenhuma proposta ao Congresso com essa finalidade. Ele afirmou na "live" que, se fizesse isso, "seria massacrado".
"Trabalhar enobrece, tá? Não estou defendendo o trabalho infantil, muito menos escravo. Mas me fez muito bem trabalhar e me transformou até fisicamente muito bem", disse.
Segundo Bolsonaro, uma situação em que se vê "um moleque fumando um paralelepípedo de crack" é considerada "normal". Mas quando se "pega um moleque lavando um carro", afirmou, "é um escândalo".
Na manhã desta sexta, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e da Mulher, Damares Alves, também abordou o assunto antes de um evento em comemoração aos 29 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
"Olha, a nossa geração trabalhou cedo. Eu trabalhei muito cedo, os nossos pais trabalharam muito cedo. Mas isso não quer dizer que nós vamos descriminalizar isso, que nós vamos fazer qualquer política em relação a isso. Ele [Bolsonaro] citou o exemplo dele. Fiquem tranquilos, que este governo vem para proteger crianças. E nós temos a certeza que o trabalho infantil é uma violação de direitos, trabalho infantil não pode ser permitido", disse a ministra.
Fonte: G1
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