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domingo, junho 02, 2019

MP pedirá exame de insanidade mental para mulher que jogou filha do 5º andar de prédio em SP

O Ministério Público (MP) pedirá um incidente de insanidade mental para a mulher de 29 anos que há uma semana jogou a filha de 3 anos pela janela do quinto andar do prédio onde mora, na Zona Oeste de São Paulo. Em seguida, a mãe incendiou o apartamento e pulou da janela com a chegada dos bombeiros.

O caso ocorreu na madrugada de 24 de maio, na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, no Jaguaré. A menina teve a queda amortecida por um carro e sofreu escoriações. Ela ficou internada no Hospital das Clínicas (HC) e teve alta na quarta (29). Até está sexta (31), a mãe permanecia internada em estado estável na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do mesmo centro médico. No sábado, o hospital informou que ela foi transferida para o quarto e está em estado estável.

A principal suspeita da polícia é que a mãe teve um surto psicótico, cortou a tela de proteção da janela, enrolou a filha em panos e depois a jogou. Policiais disseram que a mulher estava imaginando que outras pessoas queriam levá-la com sua filha.

Prédio onde mãe e filha caíram do quinto andar na Zona Oeste de SP — Foto: Reprodução/TV Globo
Prédio onde mãe e filha caíram do quinto andar na Zona Oeste de SP — Foto: Reprodução/TV Globo

Surto psicótico
A mulher ficou aliviada quando soube que a filha estava bem após ter perguntado sobre o estado de saúde da menina para os bombeiros.

“Me parece claro, em princípio, que não havia motivo para que ela tomasse essa atitude salvo se realmente ela estivesse num quadro de surto psicótico. O que, inclusive, me autoriza até, antes mesmo da defesa, de pedir a instauração dessa avaliação psicológica dela”, afirmou na quinta-feira (30) ao G1 o promotor Rogério Leão Zagallo, do 5º Tribunal do Júri do Fórum da Barra Funda, Zona Oeste. Zagallo é o representante do MP no caso.

Caso o exame comprove que a mãe tem alguma doença mental, por exemplo, ela não poderá ser responsabilizada criminalmente pelo que fez, tendo de receber tratamento num hospital psiquiátrico.

Bombeiros tentaram convencer mulher a abrir a porta do apartamento — Foto: TV Globo/Reprodução
Bombeiros tentaram convencer mulher a abrir a porta do apartamento — Foto: TV Globo/Reprodução

Insanidade mental
Os bombeiros contaram ter arrombado a porta para tentar resgatar a mulher, que estava armada com duas facas e se jogou, conforme registraram imagens gravadas por celular.

Segundo o promotor, o incidente de insanidade mental deverá apontar se a mulher tem alguma doença mental.

“E se essa doença mental interferia na sua capacidade de compreensão de que ela praticava um ato ilícito quando lançou a sua própria filha pela janela. Saber se há uma relação de causa e efeito entre a doença e o comportamento da mulher”, disse Zagallo.

Carro que amorteceu queda de menina em prédio na Zona Oeste de São Paulo — Foto: Reprodução/Polícia Militar
Carro que amorteceu queda de menina em prédio na Zona Oeste de São Paulo — Foto: Reprodução/Polícia Militar

A Polícia Militar (PM) prendeu a mulher e a Polícia Civil a indiciou por tentativa de assassinato e incêndio. A Justiça ainda decretou a prisão preventiva dela, que será presa quando deixar o hospital.

Tratamento

Zagallo afirmou que irá pedir à Justiça para negar a solicitação da defesa da mulher, que quer que ela responda aos crimes em liberdade.

"Me parece que uma pessoa que tem esse tipo de surto é de fato um risco para ela própria e, principalmente, para a sociedade. Ela tem que ficar reclusa ainda que num hospital de custódia e tratamento”, disse o promotor.
O promotor ainda afirmou que pretende processar a mulher à Justiça pelos crimes enquanto o resultado do exame não ficar pronto.

“Então essas serão minhas posturas: oferecer denúncia. Pedir para a juíza negar o pedido de liberdade provisória, mantendo-se a prisão preventiva que foi decretada em audiência de custódia, e pedir sim a instauração da avaliação psicológica e psiquiátrica nela, que é um incidente de insanidade mental.”

O pai da menina não mora na residência, e estaria separado da mãe da criança. Segundo policiais, a mulher registrou um boletim de ocorrência contra o homem por violência doméstica e ameaça.

Fonte: G1

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