Educação básica ainda é desafio para o Brasil. — Foto: Pixabay/Reprodução
Mais da metade dos brasileiros de 25 anos ou mais não concluiu a educação básica, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2018, divulgados na manhã desta quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O ciclo básico de aprendizagem termina quando o estudante se forma no ensino médio.
A pesquisa aponta que 52,6% dos brasileiros nesta faixa etária não concluíram o mínimo de estudo esperado. A maior parte, 33,1%, não terminou nem o ensino fundamental. Outros 6,9% não têm instrução alguma, 8,1% têm o fundamental completo e 4,5% têm o ensino médio incompleto.
35% dos brasileiros em idade de trabalhar não completaram o ensino fundamental, aponta IBGE
Na outra ponta, a da escolaridade completa, só 16,5% da população acima de 25 anos concluiu o ensino superior.
Os números ainda são baixos, mas apontam um leve crescimento em relação à pesquisa anterior, pontua a analista do IBGE Marina Águas.
Em 2017, o percentual de brasileiros de 25 anos ou mais sem a educação básica era de 53,9%. Com isso, a pesquisa de 2018 aponta uma queda de 1,3 pontos percentuais (p.p.) neste índice.
Falta de interesse
A falta de interesse em buscar uma melhor escolaridade é mais elevada quanto menor o nível de instrução, de acordo com os dados do IBGE.
Entre a população sem instrução ou com fundamental incompleto, 34,3% disseram que não têm interesse em voltar a estudar. Outros 32,9% disseram que não voltam a estudar porque estão trabalhando ou procurando emprego, e 15,9% apontaram que não estudam porque precisam se dedicar aos afazeres domésticos.
Na população de 15 a 29 anos, a percepção de que as tarefas de casa ou os cuidados com os outros tomam o tempo do estudo é maior entre as mulheres: 23,3% das mulheres ouvidas pelo IBGE em 2018 disseram que não estudam por este motivo, enquanto 0,8% dos homens apontaram este motivo.
Para eles, o motivo maior de não frequentar a sala de aula é o trabalho ou a busca por emprego: 47,7% dos homens indicaram este motivo, enquanto 27,9% das mulheres apontaram a mesma causa.
Taxa de escolarização
Os dados do IBGE apontam que a taxa de escolarização está acima de 90% entre a população de 4 a 14 anos, mas começa a cair entre aqueles que tem 15 anos ou mais.
Na população de 0 a 3 anos, 34,2% das crianças estavam em creches em 2018, índice superior ao registrado em 2017, quando era de 32,7%.
Entre aqueles que têm de 4 a 5 anos, 92,4% frequentavam a pré-escola em 2018, número também superior a 2017, quando era de 91,7%.
Já as crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos, a taxa de escolarização era de 99,3% em 2018, quase o mesmo índice de 2017, quando foi de 99,2%.
Quando analisada a população de 15 a 17 anos, a taxa de escolarização é de 88,2% em 2018, índice superior a 2017, quando era de 87,2%.
Entre aqueles de 18 a 24 anos, 32,7% se declararam escolarizados, enquanto em 2017 eram 31,7%.
Entre a população de 25 anos ou mais, a taxa de escolarização era de 4,6% em 2018. Em 2017, o índice era de 4,3%.
Analfabetismo
O número de brasileiros de 15 anos ou mais que não sabem ler ou escrever um bilhete simples caiu 1,73% em 2018, comparado ao ano anterior, mas ainda soma 11,3 milhões de brasileiros analfabetos ou 6,8% da população.
A queda, no entanto, está mais relacionada ao envelhecimento da população do que a políticas públicas de alfabetização, de acordo com uma das analistas da pesquisa, Marina Águas.
O dado aponta ainda que o Brasil segue sem atingir a meta de redução do analfabetismo proposta no Plano Nacional de Educação (PNE). De acordo com o PNE, o Brasil deveria reduzir o percentual para 6,5% até 2015. Em 2018, este número ainda era de 6,8%.
Fonte: G1
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