O diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, Revétrio Francisco da Costa, o subdiretor da unidade e outros três policiais militares foram presos em uma operação na manhã desta terça-feira (18), em Cuiabá.
Polícia esteve em condomínio, no Bairro Coophema, onde mora o diretor da PCE, alvo da operação — Foto: TV Centro América
De acordo com a Polícia Civil, ao todo, a Operação 'Assepsia' deve cumprir sete mandados de prisão e 8 ordens de busca e apreensão. Além dos diretores e dos 3 PMs, dois presos da PCE tiveram a prisão decretada.
As investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) chegaram até os servidores depois que um freezer 'recheado' com 84 celulares foi entregue na PCE no dia 6 de junho.
Todo o material estava acondicionado dentro da porta de um freezer que foi deixado naquela unidade para ser entregue a um dos detentos.
Equipes da GCCO estiveram na PCE e verificaram que não havia nenhum registro de entrada ou mesmo informações sobre a entrega do eletrodoméstico.
Naquele dia, todos os agentes penitenciários foram conduzidos até a GCCO e questionados sobre os fatos.
No mesmo dia a polícia determinou a apreensão das imagens do circuito interno de monitoramento da unidade.
Por meio dos depoimentos, da análise das imagens e conteúdo de aparelhos celulares apreendidos, foi possível identificar e comprovar de maneira robusta que três policiais militares, dentre eles um oficial de carreira, foram os responsáveis pela negociação e entrega do freezer recheado com os celulares.
Com a ciência do diretor e do subdiretor da unidade, os militares enviaram o aparelho congelador que era destinado a um dos líderes de uma facção criminosa atuante no estado.
A Polícia Civil conseguiu comprovar que no mesmo dia, duas horas antes do freezer ser interceptado, os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com o preso líder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção.
Toda a dinâmica dos fatos foi registrada pelas imagens da unidade prisional.
No decorrer das investigações ficou constado ainda que o veículo utilizado para a entrega do freezer, na unidade, pertence a outro preso que também é considerado uma das lideranças da mesma facção.
Esse preso divide cela com o preso que receberia o equipamento.
Além das prisões preventivas dos servidores públicos e dos líderes da facção criminosa, serão cumpridas medidas de busca e apreensão nas dependências da PCE.
O inquérito será concluído nos próximos 10 dias. Os investigados poderão responder pelos crimes de integrar organização criminosa, corrupção passiva e ainda por facilitação de entrada de celulares em estabelecimento prisional.
Os mandados de prisão foram decretados contra os cinco servidores públicos e dois internos da PCE.
As 15 ordens judiciais são pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foram expedidas depois de representação dos delegados e manifestação favorável do Ministério Público Estado, via o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Policiais da GCCO estiveram no condomínio onde o diretor mora, no Bairro Coophema, em Cuiabá.
Outro lado
A assessoria da Polícia Militar informou que uma equipe da Corregedoria da PM está acompanhando o caso e reúne informações para apurar a denúncia e as prisões.
O G1 não localizou o advogado do diretor e do subdiretor.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) declarou que acompanha a operação.
"A secretaria defende a lisura das investigações, assim como as medidas punitivas a todos os envolvidos cujas participações sejam comprovadas. Ressalta ainda que está à disposição para colaborar com as autoridades neste e em outros casos, sempre visando à melhoria dos serviços prestados ao cidadão", disse na nota enviada ao G1.
A SESP acrescentou, ainda, que o superintendente penitenciário Gilberto Carvalho responderá pela direção da PCE até que seja designado um novo gestor.
Fonte: G1
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