A Índia acelerou os esforços para tirar 1,2 milhão de pessoas ao longo de sua costa nordeste nesta quinta-feira (2), diz a agência Reuters, à medida que um ciclone, Fani, se aproxima e ganha força. A tempestade está prevista para alcançar o território nesta sexta (3).
Um pescador carrega ferramentas enquanto deixa um local em busca de abrigo à medida que o ciclone Fani se aproxima de Visakhapatnam, na Índia, nesta quarta (1º). — Foto: Stringer/Reuters
Nesta quinta, a tempestade estava revirando a Baía de Bengala, cerca de 275km a sudoeste da cidade de Puri, onde trens especiais foram colocados para retirar turistas e as praias estavam vazias.
"Tempestade ciclônica extremamente severa #Fani, agora uma tempestade de categoria 4, perto da costa da Índia", diz o tuíte da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
Fani estava gerando ventos máximos entre 170 e 180 km/h, informou o Departamento de Meteorologia da Índia (IMD, em inglês). Um rastreador de ciclones a classificou como uma tempestade de nível 4, um nível abaixo do mais severo. O ciclone tocará o solo antes da tarde de sexta.
As 1,2 milhão de pessoas devem ser tiradas de áreas baixas de 15 distritos no estado oriental de Odisha para abrigos anticiclone, escolas e outros prédios, informaram as autoridades. Mais de 800 mil já deixaram suas casas.
"Estamos maximizando os esforços em todos os níveis para a retirada", disse à Reuters o comissário de ajuda especial de Odisha, Bishnupada Sethi.
A marinha indiana despachou sete navios de guerra e tem seis aviões e sete helicópteros de prontidão, além de mergulhadores, barcos de borracha, equipes médicas e ajuda humanitária. O primeiro-ministro, Narendra Modi, disse no Twitter que o governo fornecerá toda a assistência possível.
Portos e aeroportos fechados
Nuvens avançam antes da chegada da tempestade Fani, em Visakhapatnam, na Índia, nesta quarta (1º). — Foto: Stringer/Reuters
O aeroporto de Calcutá ficará fechado a partir das 21h30, horário local (13h no horário de Brasília), de sexta (3) até 18h de sábado (4). Já o aeroporto de Bhubaneswar, capital de Odisha, será fechado na sexta (3). A IndiGo Airlines, maior companhia aérea do país, afirmou que cancelou voos saindo e chegando a Bhubaneswar, Calcutá e Ranchi para viagens até o dia 5 de maio.
As atividades nos portos de Paradip, Dhamra e Visakhapatnam foram suspensas.
Em um tuíte, a companhia aérea indiana Vistara afirmou que iria suspender as taxas de cancelamento para voos a Bhubaneswar e Calcutá até domingo (5).
Moradores deixam casas
Aldeões deixam suas casas em busca de um lugar mais seguro no estado de Odisha, antes da chegada do ciclone Fani, nesta quinta (2). — Foto: Stringer/Reuters
Milhares de moradores empilharam itens domésticos em caminhões antes de fugirem de casa, diz a Reuters.
Na cidade de Paradip, a 160km de Puri, também na costa do país, imagens de televisão mostraram moradores empilhando bicicletas, máquinas de costura e botijões de gás em pequenos caminhões e partindo para qualquer um dos quase 900 abrigos abastecidos com comida, água e remédios.
O governo do estado de Odisha implantou centenas de funcionários de gestão de desastres, fechou escolas e faculdades e pediu aos médicos e outros funcionários de saúde que não saíssem de licença até 15 de maio.
A temporada de ciclones na Índia pode durar de abril a dezembro, quando tempestades severas atingem cidades costeiras e causam mortes generalizadas e danos a plantações e propriedades na Índia e no vizinho Bangladesh.
Em 1999, um super-ciclone atingiu a costa de Odisha por 30 horas, matando 10 mil pessoas. Uma retirada em massa de quase um milhão de pessoas salvou milhares de vidas em 2013.
Fonte: G1
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