Após três anos entre namoro e noivado, Taíse e Augusto resolveram casar e planejaram uma viagem para a lua de mel. O casal sairia de Natal na segunda-feira (29), logo após a cerimônia, para conhecer as serras gaúchas. Mas os planos foram interrompidos depois que a Avianca Brasil cancelou o voo que os dois pegariam.
Cerca de 150 pessoas aguardam por definição da Avianca no Aeroporto de Natal após cancelamentos de voos — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Agora, eles estão no prejuízo e afirmam que vão processar a empresa, por causa dos transtornos. “Não sei o que fazer. No dia do casamento, fomos para o aeroporto para tentar explicar que havíamos casado e queríamos viajar. Não tinha ninguém, ninguém nos deu resposta”, conta o contador Augusto Andrade.
Ele e a esposa ficaram sabendo do cancelamento na quarta-feira da semana passada, cinco dias antes de casarem e também da data marcada para a viagem ao Rio Grande do Sul. “A questão financeira agora é o mínimo. Foi muito constrangimento”.
Cerca de 150 passageiros ainda aguardam no Aeroporto Internacional Aluízio Alves, na Grande Natal, por uma definição para voltar para casa, após o encerramento das atividades da Avianca Brasil no Rio Grande do Norte. A companhia aérea operou o último voo no estado potiguar no domingo (28).
A coordenadora do Juizado do aeroporto, Maria Amélia Chaves, confirmou que as 150 pessoas estão esperando para saber como pegam os voos de volta. Segundo ela, somente nesta quarta-feira (1º) 50 clientes da Avianca registraram queixas no Juizado. No mês de abril foram 150. A reportagem foi até o guichê da empresa de aviação no Aeroporto Aluízio Alves, contudo não havia nenhum funcionário.
Avelina Guimarães, turista de Brasília, aguarda uma posição da empresa desde a segunda-feira (29). Ela está dormindo em uma pensão e, diariamente, vai até o terminal aéreo para buscar informações sobre relocações em voos.
A turista tem 63 anos e é portadora de necessidades especiais, pois tem pés congênitos e arritmia cardíaca. “A gente estava em um hotel, mas agora fomos para uma pensão, porque as finanças não dá. E eles (Avianca) não pagaram nada pra ninguém até agora”, relata.
Alguns passageiros tiveram que pagar muito mais caro para conseguir retornar ao seu destino. É o caso do produtor rural Adelson Rodrigues, que, para retornar a Jataí, em Goiás, precisou desembolsar mais que o dobro da passagem de ida e volta pelo voo cancelado. Ele afirma que vai processar a companhia e diz que se sentiu desrespeitado.
“Ninguém dá uma decisão pra gente. Pela nossa idade, ficar jogado assim, no aeroporto, é muito difícil. Eu vou entrar com uma ação, não acho justo”, reclama.
Na semana passada, a Avianca cancelou 24 voos que sairiam de Natal, ou chegariam à capital potiguar. Em recuperação judicial desde dezembro, a companhia foi obrigada a devolver as aeronaves aos donos (chamados de “lessores”) por falta de pagamento, após sucessivas decisões da Justiça. As devoluções foram mediadas pela Agência Nacional de Aviação Civil.
Direito do consumidor
A Avianca Brasil informou que, se as passagens foram compradas por meio de agências, ou sites de viagem, o passageiro deve entrar em contato diretamente com as empresas.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em caso de cancelamento ou de alteração do voo por iniciativa da Avianca, o passageiro deve ter os seus direitos respeitados, disponíveis para consulta no portal da Anac na internet.
Reclamações podem ser feitas pela plataforma Consumidor.gov.br e, caso não sejam atendidas, o passageiro poderá recorrer aos órgãos do Serviço Nacional de Defesa do Consumidor.
Fonte: G1
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