O ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, afirmou nesta terça-feira (16) que a divulgação de um vídeo que nega o golpe de 1964 em um canal de comunicação do Palácio do Planalto foi um "erro de procedimento de serviço".
Santos Cruz deu a declaração durante audiência na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. Ele foi convidado pelo colegiado a prestar esclarecimentos sobre o vídeo em defesa do golpe militar.
O material foi divulgado no último dia 31 de março, data em que o golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil completou 55 anos.
Segundo o ministro, um funcionário do Palácio do Planalto disparou o vídeo em um canal de comunicação do Planalto por engano. A divulgação não estava prevista, de acordo com ele.
Santos Cruz afirmou que o servidor achava que o vídeo tinha sido produzido pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), órgão ligado à Secretaria de Governo da Presidência da República.
"Vou confessar que hoje [segunda-feira], pela primeira vez, eu vi o vídeo completo. Quando eu recebi naqueles dias ali, o vídeo começava e eu achei que era da Previdência. Porque começa [o ator dizendo]: 'Ah, eu tenho 65 anos'. Ele foi repassado para um funcionário para esse disparo. Isso aí era um sábado à noite. O funcionário, no domingo de manhã, ele achou que era um vídeo feito pela Secom e disparou o vídeo", relatou o ministro.
Santos Cruz declarou que o funcionário que disparou o vídeo tem 26 anos de serviço, trabalhou com outros presidentes e afirmou que o servidor não agiu de má-fé.
“É um funcionário com 26 anos de serviço [...], não tem nenhuma conotação ideológica, não foi uma coisa proposital, tranquilamente, um erro operacional de serviço. Sem nenhuma ideia de divulgação por motivação ideológica”, disse.
O ministro relatou também que estão sendo tomadas medidas para que esse tipo de "incidente operacional" não se repita.
"Então, é simples. Não vim aqui para contar uma história mirabolante. Um erro de procedimento de serviço de uma pessoa que não tem nenhuma má-fé no procedimento. E é por isso que eu assumo totalmente a responsabilidade porque venho de uma instituição [o Exército], onde o chefe é responsável pelo que acontece e pelo que deixa de acontecer", disse Santos Cruz.
Vídeo divulgado pelo WhatsApp
Santos Cruz declarou ainda que o vídeo foi divulgado "por contatos normais de WhatsApp" e também acabou sendo divulgado pelo disparo de WhatsApp da Secom.
"Não é um vídeo que foi divulgado exclusivamente pela Secom, mas foi divulgado também pelo disparo que se utiliza na Secom", disse o ministro.
O chefe da Secretaria de Governo disse que a divulgação do vídeo pela Secom não estava prevista.
"Esse vídeo transitou no WhatsApp até que chegou aos nossos funcionários, como chegou no meu celular", afirmou. "Um dos nossos servidores repassou exatamente para o encarregado de fazer esses disparos", completou.
Fonte: G1
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