Guardar dinheiro pro futuro é o desejo da maioria dos brasileiros com mais de 16 anos. Mas não é uma prática deles no presente.
Você já não teve a impressão de que o dinheiro cai na sua mão e o vento leva? Entra na carteira, na conta, e some? “Do jeito que as coisas estão, não tem como economizar não”, diz a dona de casa Rita Silva.
Uma pesquisa mostra que mais da metade dos brasileiros não consegue investir e o principal motivo é a falta de dinheiro. É o caso de Joelson. Faz conta, faz conta e, na melhor das hipóteses, o resultado no fim do mês é zero. “Quando dá zero a gente está feliz, o problema é quando dá zero, abaixo de zero, aí que complica tudo. Sobrar está bem difícil”, conta Joelson de Oliveira, que é dono de uma lanchonete.
Um cafezinho em São Paulo pode custar até R$ 4. Se a gente economizar o equivalente a cafezinhos desses por dia, em um ano vai ter quase R$ 1.500. Cortar pequenas despesas pode fazer uma grande diferença. E 64% dos entrevistados disseram que querem começar a economizar ainda este ano e investir para o futuro, nem que seja o dinheiro de um cafezinho.
“A gente precisa transformar essa intenção na ação de investir mais. As pessoas têm que entender que, com um pequeno esforço, é possível começar a investir. E uma outra coisa importante é tentar. É como andar de bicicleta: a gente coloca as duas rodinhas, anda devagar, depois tira uma rodinha, tira o outra e quando a gente vê a gente já está andando”, explica Ana Leoni, superintendente de Educação da Anbima.
A manicure Ana Paula Santana decidiu agir e está conquistando o que sonha: “Em três anos eu consegui fazer exatamente tudo que eu necessitava: comprei um carro para trabalhar, fui reformando minha casa e fiz duas viagens de férias com minha família inteira - minha mãe e minhas filhas".
Quanta diferença! Antes, ela vivia endividada. Começou a mudar quando botou as contas num caderninho e descobriu que havia um monte de despesas, pequenas e grandes, que poderiam ser cortadas. Foi fácil? “Não. Você tem que abrir mão de muita coisa para conseguir guardar”, confessa Ana Paula.
Dona Angelita Agnesino começou a trabalhar na roça com 13 anos e teve sete filhos. Foi um longo e árduo caminho para melhorar de vida: “Balconista, chapeira, lancheira, fazia bolo. Trabalhei muito, viu?”
E, depois do trabalho, fazia salgadinhos em casa para festas de aniversário. Toda a renda extra era economizada e depois foi investida num prédio de três andares. Aos 80 anos, ela mora nele e vive com o aluguel das lojas do térreo e de dois quartos. “Agora eu estou sossegada", afirma.
Dona Angelita mal frequentou a escola, reconhece que só sabe escrever o nome, mas quando se trata de economia e planejamento, ela pode dar aula: “Mas tem que economizar, de pouco a pouco a gente vai economizando um pouco, né?”.
Fonte: Jornal Nacional
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