Representantes dos caminhoneiros avaliam que a realização de uma nova paralisação da categoria, no próximo dia 29, depende do governo. “A resposta de paralisação, ou não, vai ser do governo”, disse Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, líder da categoria, antes de participar de reunião no Ministério da Infraestrutura, nesta tarde em Brasília. Integrantes da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e lideranças dos caminhoneiros se reúnem nesta tarde de segunda-feira (22), com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, na sede da pasta.
CAMINHONEIROS - MARCELLO CASAL JR. ABR
Dedéco já disse que a paralisação convocada para começar à meia-noite do dia 29 de abril teve origem em debates dos grupos de caminhoneiros nas redes sociais. Na sua avaliação, o movimento deve atingir o Brasil inteiro, crescendo à medida que os dias passam.
O presidente da CNTA, Diumar Bueno, também afirmou que a paralisação ou não dos caminhoneiros vai depender do que o ministro sinalizar. Segundo ele, as principais reivindicações são definições claras para o tabelamento do frete e fiscalização deste cumprimento. Dedéco também disse esperar que o governo adote rapidamente o “gatilho” formado pela revisão da tabela do frete atrelada aos reajustes do preço diesel.
Dedéco e Bueno reclamaram de falta de diálogo com o governo e disseram que “os representantes da categoria não são as pessoas que estão sendo apresentadas, principalmente pelo governo”. Dedéco disse que desde janeiro o governo de Jair Bolsonaro “fechou as conversas com a categoria” e que ele tenta conversar, sem sucesso, com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
A CNTA emitiu nota no feriado de Páscoa afirmando que, ao consultar sua base, formada por 140 sindicatos, 9 federações e uma associação colaborativa, identificou que o reajuste do diesel “reacendeu uma insatisfação generalizada na categoria, que está impaciente, à espera de uma resposta do governo”. A CNTA acrescentou ainda que os caminhoneiros carregam desde o ano passado “a frustração de não ter a Lei do Piso Mínimo do Frete cumprida”. Para a confederação, o respeito à lei regularizaria um mercado “instável” e daria ao profissional “condições mínimas de subsistência”.
Fonte: Estadão
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