O Rio Grande do Norte tem o mês de janeiro menos violento dos últimos 5 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), de 1º a 30 de janeiro de 2014, foram registrados 132 assassinatos no estado. Já nos primeiros 30 dias deste ano, foram 124 homicídios.
Policiamento ostensivo tem sido intensificado no início deste ano — Foto: PMRN/Divulgação
Em termos percentuais, a redução em relação a janeiro de 2014 foi de 6 %. Já em comparação ao primeiro mês de 2018, a queda foi ainda maior: 38%.
Para Ana Cláudia Saraiva, delegada geral da Polícia Civil potiguar, a redução no número de mortes violentas, como popularmente são chamadas as condutas violentas letais intencionais (CVLIs), aconteceu em razão de um maior enfrentamento às facções criminosas que atuam no estado – principalmente prisões de traficantes de drogas – intensificação de ações policiais nas principais manchas criminais, serviços mais amplos de inteligência, melhor aplicação de tecnologias e melhor integração entre as forças de segurança pública, "além de uma maior valorização dos policiais, com a garantia de pagamento de diárias operacionais", destacou.
Melhorias
A melhoria na segurança pública foi o tema de uma entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (31), na qual a Sesed apresentou dados que comprovam a redução da criminalidade no estado.
Além da queda no número de homicídios, também houve redução na quantidade de crimes contra o patrimônio, furtos e roubos de veículos, roubos no sistema de transporte público, e mais um aumento no número de prisões.
Os dados, vale ressaltar, se referem ao mês de janeiro deste ano em comparação com o mês de janeiro do ano passado, tomando como base o período de 1º ao dia 28.
Para o advogado e consultor em segurança pública Bruno Saldanha, a redução no número de homicídios e crimes contra o patrimônio em 2019 acontece também por conta do cenário enfrentado em janeiro de 2018, com a greve da PM. "No mesmo período do ano passado o estado enfrentava o ápice da crise na segurança pública, com redução expressiva do contingente policial nas ruas em razão do atraso nos vencimentos e subsídios desses profissionais, o que refletiu na diminuição do patrulhamento ostensivo, barreiras policiais, blitz, ações de investigação, inteligência e consequentemente no aumento de delitos", explicou.
O advogado destaca ainda que "outro ponto que deve ser considerado é a estabilização do sistema penitenciário que, se não é ideal, trouxe impactos para fora dos presídios".
Apesar disso, Bruno Saldanha entende que é preciso tempo para uma avaliação mais detalhada. "Os números ainda são alarmantes mesmo após essa expressiva redução, sendo necessário uma maior avaliação ao longo dos próximos meses para termos um diagnóstico mais preciso sobre o quadro da violência no estado. Contudo, é nítido que o uso dos recursos humanos da pasta de forma mais planejada e inteligente em operações, rondas e blitz policiais, em pontos estratégicos de Natal e Mossoró, previamente estudados e levantados, é fundamental para que se possa alcançar reduções ainda mais expressivas", pontuou.
Fonte: G1
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