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domingo, outubro 14, 2018

Produção de leite no estado diminui em uma década

Em 11 anos, a produção de leite no Rio Grande do Norte caiu 14 milhões de litros. No ano passado, o volume produzido foi de 221 milhões de litros, inferior ao tabulado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2006, quando a produtividade foi de 235 milhões de litros. Nos anos em análise, uma das mais severas secas dizimou rebanhos bovinos em todo o estado, o que contribuiu negativamente. Os dados constam no Anuário Leite 2018, divulgado pela Embrapa, que aponta quedas também na bacia leiteira da Bahia (-16,88%) e do Piauí (-11,25). Nos demais estados nordestinos, houve avanço. Em nível nacional, a produção saiu dos 25,3 milhões de litros em 2006 para 33 milhões em 2017.

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Número de vacas ordenhadas também reduziu: de 253 mil cabeças para 240 mil cabeças no estado

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira, a queda na produção leiteira no estado não pode ser creditada somente à seca. “Não é somente reflexo da seca. Nesses anos todos, são vários problemas acumulados. Há atrasos no pagamento do Programa do Leite, desestímulo por parte dos produtores que acabaram vendendo vacarias”, lista Vieira. Ele destaca, ainda, que o acesso ao crédito pelo produtor rural ficou mais difícil em decorrência da elevação da inadimplência, valor baixo pago pelo litro do leite em detrimento do elevado valor consumido no processo produtivo e falta de volumoso (sorgo, capim e palma) para o gado.

“Houve um desestímulo muito grande. E estamos vivendo isso novamente. Não há nenhuma empresa de médio porte que absorva a produção excedente, quando ocorre. Não tem quem a absorva e isso se torna um problema ao produtor, pois vende o leite mais barato”, declara José Vieira. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE/RN), cerca de 50% do que é produzido pelos pequenos produtores de leite espalhados pelo Rio Grande do Norte é comprado pelo Programa do Leite, que conta hoje com aproximadamente 2.500 produtores cadastrados.

Fortalecimento
“A  SAPE/RN implantou o Projeto de Fortalecimento da Pecuária Leiteira Bovina e Caprina do Rio Grande do Norte, o maior programa de convivência com a seca já feito no RN. A iniciativa tem por objetivo o desenvolvimento do setor pecuário leiteiro do estado, principalmente na implantação de tecnologias de convivência com o semiárido, garantindo a produção de leite dos rebanhos seja no período das chuvas, seja nos meses de seca”, afirma o titular da SAPE/RN, Guilherme Saldanha.

Entre as ações com o objetivo de fomentar a bacia leiteira potiguar, estão: a oferta de volumoso a base de feno a preço subsidiado, distribuição de mudas de palma forrageira para plantio, disponibilidade de equipamentos para produção de feno e silagem, a melhoria da qualidade do leite através de distribuição de 50 tanques de resfriamento coletivo, construção de 965 barragens subterrâneas, implantação de 50 unidades demonstrativas de reuso de águas cinzas para produção de forragem irrigada e programa de distribuição de sementes. 

A ação também contempla o melhoramento genético do rebanho bovino, a partir da estruturação do primeiro centro de treinamento para formação de inseminadores, distribuição de kits de inseminação artificial para bovinos.  Prevê melhoramento genético do rebanho caprino, por meio de um programa de inseminação de cabras leiteiras, distribuição de reprodutores e formação de inseminadores de cabra. O Estado investiu cerca de R$ 14 milhões no projeto. 
“O grande diferencial desse Programa de Fortalecimento da Pecuária Leiteira é a oferta de condições, principalmente para o pequeno agricultor e agricultor familiar, para manutenção da sua produção leiteira ao longo de todo o ano, em especial, no período natural de estiagem”, afirma Guilherme Saldanha.

Produção em queda
Leite produzido

2006: 235 milhões de litros

2017: 221 milhões de litros

Queda: 5,95%

Vacas ordenhadas

2006: 253 mil cabeças

2017: 240 mil cabeças

Queda: 5,13%

Leite cru adquirido

2006: 75 mil toneladas

Fonte: Tribuna do Norte

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