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terça-feira, agosto 28, 2018

Caern deixou de arrecadar R$ 25 milhões em 18 meses

As chuvas que caíram no Rio Grande do Norte em 2018, entre os meses de janeiro e julho, ainda não foram suficientes para afastar a crise hídrica que reflete os quase sete anos de seca no Estado. De acordo com a Companhia de Águas e Esgotos do RN a situação melhorou, o número de municípios com o abastecimento em colapso caiu de 16 (no início do ano) para sete no boletim divulgado na última sexta-feira (24), mas o consumo requer atenção por parte da população para garantir a disponibilidade da água pelo maior tempo possível. Como a rede de abastecimento deixou de ser utilizada em várias localidades, a Caern deixou de arrecadar R$ 15.578.057,00 em 2017.  A queda no faturamento da empresa no primeiro semestre deste ano já acumula R$ 9.409.871,00 , o que totaliza cerca de R$ 25 milhões a menos de arrecadação.

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Maria Helena Cortez: “nossa previsão é que a perda não ultrapasse R$ 5 milhões no 2º semestre” 

A tarifa da Caern deixa de ser cobrada quando o abastecimento entra em colapso e a população passa a receber água através de caminhões-pipa. O Governo do Estado prorrogou o decreto de emergência por causa da estiagem prolongada, situação válida para 153 dos 167 municípios potiguares – destas 153 cidades, 90 estão com abastecimento em sistema de rodízio.  

“Nossa previsão é que a perda no faturamento neste segundo semestre não ultrapasse os R$ 5 milhões”, disse Maria Helena Cortez, diretora comercial e de atendimento da Caern. Ela explicou que o primeiro semestre de 2018 teve um resultado pior que o mesmo período do ano passado devido “o agravamento da crise hídrica e o colapso em grandes cidades da região do Seridó”, acrescentou.

Como houve uma sensível melhora nos níveis dos reservatórios, a projeção da Caern é que as perdas sejam menores nos próximos meses. Entre as medidas adotadas para assegurar que essa meta seja alcançada, está a substituição de hidrômetros por equipamentos mais precisos que irão melhorar a medição do consumo. Também estão na lista da Caern “manobras e setorização do abastecimento, e combate a fraudes”: em 2017 foram instalados e/ou substituídos 100 mil novos hidrômetros em todo o Estado, e o objetivo deste ano é repetir o mesmo número.

“Algumas redes de distribuição estão voltando a operar. Também estamos testando o sistema, para saber se será preciso fazer alguma manutenção, em quatro das sete cidades que estão com abastecimento em colapso”, adiantou Maria Helena. Todos os municípios com abastecimento em colapso estão na região do Alto Oeste potiguar.

Estão em fase de testes as redes de distribuição nos municípios de Luiz Gomes (abastecimento em colapso desde outubro de 2011); Tenente Ananias (em colapso desde agosto de 2014); João Dias (em colapso desde novembro de 2014); e Almino Afonso que desde março de 2016 está sem água nas torneiras. Juntas, essas quatro cidades possuem uma população estimada em 28 mil pessoas.

O abastecimento nos municípios de Pilões, São Miguel e Paraná ainda não tem data para ser restabelecido: por enquanto, as cerca de 32 mil pessoas que moram nessas cidades permanecerão recebendo água através de caminhões-pipa. “Por isso renovamos o pedido para que as pessoas façam o uso racional da água. É preciso atenção nesse sentido, justamente para garantir a disponibilidade da água pelo maior tempo possível”, finalizou Maria Helena, da diretoria comercial e de atendimento da Caern.

Números
R$ 15.578.057,00  valor que deixou de ser arrecadado pela Caern em 2017 devido a seca no Estado, e o colapso no abastecimento de diversas cidades;

R$ 9.409.871,00 perda no faturamento registrado pela Companhia no primeiro semestre de 2018;

R$ 5 milhões Meta máxima prevista de perda no faturamento da Caern para o segundo semestre deste ano;

7 municípios estão com abastecimento em colapso na região do Alto Oeste do RN;

60 mil pessoas ainda recebem água potável através de caminhões-pipa no RN;

90  cidades estão com abastecimento em sistema de rodízio;

100 mil novos hidrômetros, mais precisos na medição do consumo, foram instalados/substituídos em 2017. A meta da Caern é repetir o mesmo número de novos equipamentos em 2018.

Fonte: Tribuna do Norte

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