O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (15) que o relatório sobre como o FBI administrou a investigação sobre o uso de e-mails por parte da ex-secretária de Estado Hillary Clinton é um "desastre total" para seu ex-diretor James Comey e para a própria agência.
O relatório do Departamento de Estado americano, divulgado na quinta-feira (14), aponta que Comey descumpriu regras ao supervisionar a investigação sobre Hillary Clinton antes da eleição presidencial de 2016, mas descartou sua atuação parcial no caso.
"O relatório do inspetor-geral é um desastre total para Comey, seus 'minions' e, lamentavelmente, para o FBI", tuitou Trump em seu primeiro comentário sobre o relatório do inspetor-geral do Departamento de Justiça, divulgado na quinta-feira.
"Comey agora será lembrado oficialmente como o pior líder, até agora, da história do FBI. Prestei um grande serviço para o povo em demiti-lo. Boa intuição", acrescentou.
No relatório, o inspetor-geral Michael Horowitz, afirmou que não foi encontrada "nenhuma prova que indique que as decisões dos procuradores foram influenciadas por questões políticas ou outras considerações”. Porém, ressaltou que Comey agiu de forma "insubordinada", segundo a France Presse.
Para Horowitz, Comey foi "insubordinado", mas não foi encontrada nenhuma evidência de motivação política para influenciar o resultado da eleição presidencial daquele ano.
Em uma mensagem no Twitter após a divulgação do relatório, Comey afirmou que respeita a decisão, embora discorde de parte dela.
"Eu respeito o escritório do Inspetor Geral do Departamento de Justiça, e é por isso que pedi a eles que fizessem essa revisão. As conclusões são razoáveis, mesmo que eu discorde de algumas. As pessoas de boa fé podem enxergar uma situação sem precedentes de maneira diferente. Eu rezo para que nenhum diretor passe isso novamente. Obrigado às pessoas do escritório do Inspetor Geral pelo trabalho duro", escreveu o ex-diretor.
Escândalo durante a campanha
O então diretor do FBI provocou um terremoto político ao reabrir, apenas uma semana antes da eleição de 2016, uma investigação sobre as denúncias relativas à eliminação de e-mails de um servidor privado que Hillary usou quando era secretária de Estado.
Hillary considerou que essa decisão foi uma das causas de sua derrota para Donald Trump.
Entretanto, depois das eleições, o novo presidente e Comey entraram em rota de colisão quando o diretor do FBI iniciou uma investigação sobre o suposto conluio do comitê eleitoral de Trump com funcionários russos durante a campanha.
Ex-diretor do FBI James Comey, durante entrevista ao 20/20, da TV americana ABC (Foto: Ralph Alswang/ABC via AP)
Comey foi demitido por Trump e, desde então, o presidente insiste que o FBI continua cheio de agentes favoráveis ao Partido Democrata e irritados com o resultado das eleições.
Segundo o relatório de 568 páginas divulgado nesta quinta, "em momentos essenciais o então diretor Comey optou por se desviar das normas e dos procedimentos do FBI e seguiu seu próprio processo subjetivo de tomada de decisão".
Embora esses gestos "não tenham o resultado de tendência política da parte de Comey", tiveram um "impacto negativo na percepção do FBI e deste Departamento como administradores da Justiça", apontou.
Em um capítulo que parece reforçar as insistentes declarações do presidente, o relatório sustenta que agentes do FBI trocaram mensagens que mostram "um estado mental tendencioso" que os deixou "propensos a tomar atitudes" para prejudicar a campanha de Trump.
"Isso contradiz os valores centrais do FBI e do Departamento de Justiça", sustentou o documento.
Fonte: G1
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