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quarta-feira, junho 20, 2018

'Todos nós somos seres humanos e erramos', diz engenheiro que aparece em vídeo constrangendo mulher na Rússia

Engenheiro Luciano Gil Mendes Coelho no vídeo que viralizou nas redes sociais (Foto: Reprodução/Internet)
Engenheiro Luciano Gil Mendes Coelho no vídeo que viralizou nas redes sociais (Foto: Reprodução/Internet)

Um dos homens que aparece em um vídeo com brasileiros constrangendo uma mulher durante a Copa do Mundo na Rússia foi identificado como o engenheiro civil Luciano Gil Mendes Coelho.

O vídeo mostra um grupo de brasileiros cercando uma mulher na Rússia e fingindo cantar um hino de torcida enquanto falam palavras de cunho sexual.

O engenheiro civil Luciano Gil Mendes Coelho é natural de Picos e ex-membro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI). Em entrevista ao G1 ele pediu desculpas e reconheceu o erro.

"Já pedi desculpas a todas as mulheres. Todos nós somos seres humanos e erramos e além disso não conhecíamos ninguém, bebemos um pouco mais da conta e foi isso. Alguém que não conheço filmou. Mas aqui todos estavam brincando e todos entendem a agitação, mas mulheres realmente tem razão em questionar", declarou o engenheiro.

Ele não foi o único brasileiro identificado.

Diego Jatobá, advogado e ex-secretário de Turismo de Ipojuca, município da região metropolitana do Recife, foi alvo de uma nota de repúdio da OAB-PE, que anunciou nesta segunda-feira que sua conduta será investigada pela Comissão da Mulher Advogada, que encaminhou a denúncia ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da ordem.

De acordo com o presidente da OAB-PE, Ronnie Duarte, Diego Jatobá pode ter infringido o Código de Ética e Disciplina da Advocacia.

O vídeo também foi alvo de um ato de repúdio da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Já Eduardo Nunes é tenente da Polícia Militar em Lages, Santa Catarina, e será submetido a um processo administrativo disciplinar quando retornar ao Brasil.

"A corporação não corrobora com este tipo de atitude que é incompatível com a profissão e o decoro da classe, previsto no regulamento disciplinar, independentemente de estar em período de férias, folga de serviço ou qualquer outra situação de afastamento, devendo portanto, responder por suas atitudes", diz a PM em nota divulgada nesta segunda.


O engenheiro civil de Picos Luciano Gil foi preso em 2015 durante operação 'Paradise', deflagrada pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU), para desarticular esquema de desvio recursos públicos e fraudes em licitações na Prefeitura de Araripina, em Pernambuco. Segundo as investigações, o grupo desviava verbas do Ministério da Educação que deveriam ter sido utilizados na construção de escolas, creches e quadras poliesportivas.

A PF identificou que os recolhimentos do INSS e do FGTS não eram pagos e que as obras eram propositalmente atrasadas para se conseguir mais recursos, mas as construções não avançavam. Para conseguir os recursos os engenheiros da prefeitura enviavam informações, fotografias e atestados de medições falsos.

Em nota, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) lamentam profundamente que um profissional com registro nos órgãos tenha participado do infame episódio de misoginia e sexismo realizado por um grupo de brasileiros durante a Copa do Mundo 2018.

O Confea e o Crea-PI ressaltam que atitudes como as protagonizadas podem caracterizar infração ao código de ética profissional já que o mesmo ressalta que “constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem”.

Fonte: G1

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