Professor Cristiano Alexandre Batista, que foi agredido em escola particular do DF (Foto: Reprodução/TV Globo)
O professor Cristiano Alexandre Batista, agredido pelo coordenador da escola onde trabalhava com empurrões e socos durante a rescisão do contrato, em Brasília, disse nesta sexta (8) que se sente humilhado com a situação. O vídeo com as agressões ganhou repercussão (veja vídeo abaixo).
"Foi humilhante. Ele veio para cima de mim e proferiu golpes sobre a minha cabeça, meu ouvido, a costela onde estou com hematoma."
Nas imagens da câmera de segurança do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares (Sinproep-DF), onde era feita a negociação para o fim do contrato de trabalho, é possível ver que o coordenador do colégio Logos, Paulo Victor Bezerra, está de pé. Batista aparece sentado.
Em determinado momento, Batista se levanta e discute com Bezerra. Segundos depois, o representante da escola na negociação empurra o professor que, já no chão, recebe vários golpes na cabeça e no tronco.
Em nota, o colégio Logos informou que o funcionário da escola foi insultado por Batista e que ele "apenas tentou se defender". Ainda assim, a instituição afirmou que "repudia esse tipo de atitude".
De acordo com o diretor jurídico do Sinproed, Rodrigo de Paula, o sindicato vai entrar com uma representação no Ministério Público do Trabalho contra a escola (veja mais abaixo).
"Nós lamentamos muito que, na casa do professor, ele seja agredido de forma tão violenta como aconteceu ontem [quinta]."
Transplante renal e atestados médicos
Cristiano Alexandre Batista, que é transplantado renal há 11 anos, trabalhava há nove meses como professor de espanhol na escola. Ele disse que a discussão começou porque, na hora de homologar a demissão, pediu ao sindicato para fazer duas ressalvas.
"Uma ressalva era a respeito de demissão, eu ainda estando de atestado médico. Outra ressalva era com relação a três dias de trabalho que foram descontados da minha rescisão", explicou. Segundo o professor, o representante da escola ficou irritado.
"Disse que eu não tinha direito nenhum de fazer essas ressalvas, e eu insistindo."
De acordo com Batista, nesse momento ele já estava de pé e Bezerra o ameaçou. "Ele disse que se fosse aqui fora, iria quebrar minha cara e me chamou de moleque. Aí eu retruquei. Disse para ele que eu não era moleque e que se quisesse quebrar minha cara, quebraria dentro da instituição, porque aqui fora eu não iria sair."
O advogado da escola, Edemilson Macedo, disse ao G1 na quinta-feira que "na negociação, o professor começou a ofender o colégio e a pessoa do Paulo. Quando estavam em pé, o Paulo interpretou que o professor ia agredí-lo, e se defendeu."
"É alguém [o professor] que já vinha apresentando problemas disciplinares."
Questionado sobre quais problemas seriam, o advogado disse que não poderia detalhar porque "a escola busca, sempre, preservar os seus colaboradores".
O sindicato dos professores particulares do DF afirma que já há procedimentos no Ministério Público do Trabalho pelo fato de o Colégio Logos não aceitar atestados médicos. "Temos vários professores que estão acompanhando este inquérito, inclusive como vítimas", disse o diretor jurídico Rodrigo de Paula.
"Vamos reforçar a representação no MPT. Individualmente, o professor estará movendo ação contra a escola."
Fonte: G1
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