A Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) assinaram nesta quinta-feira (7) um acordo de financiamento de 36 meses no valor de US$ 50 bilhões.
A diretora do FMI, Christine Lagarde, disse em nota que o empréstimo tem o objetivo de "fortalecer a economia" da Argentina, que vive um momento de desvalorização de sua moedas e preocupações com a inflação no país. O pedido de socorro ao fundo, no entanto, gerou diversos protestos pelo país.
Lagarde também comentou o plano econômico acertado com o país, destacando o compromisso do governo de reequilibrar as contas públicas, que vêm registrando déficits, até 2020. "Também apoiamos veementemente o redobramento dos esforços para reduzir a inflação", acrescentou ela, endossando a "decisão do banco central de adotar metas de inflação realistas" e " manter uma taxa de câmbio flexível". A nota da diretora do fundo cita ainda um compromisso de estabelecer um piso para gastos com assistência social, além de reformas no código tributário e na legislação social.
O acordo está sujeito à aprovação do Conselho Executivo do FMI.
Depios do anúncio, o fundo informou que irá realizar na sexta-feira (8) uma conferência para detalhar o acordo em Washington. Irão participar o diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, e o chefe de missão para a Argentina, Roberto Cardarelli.
Crise na Argentina
Pouco mais de dois anos depois de encerrar a disputa com os chamados “fundos abutres”, a Argentina se vê agora diante de um novo impasse financeiro. Com sua moeda despencando, o país subiu a taxa de juros ao maior patamar do mundo, consumiu boa parte de suas reservas em dólares, buscou ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e agora tenta buscar a confiança de investidores para evitar uma nova corrida cambial.
O custo desse acúmulo de problemas acaba pesando diretamente no bolso dos argentinos. A expectativa é de disparada de inflação, superando as projeções iniciais. Além disso, o crescimento da economia do país neste ano deve ser menor que o previsto. O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, admitiu que "a Argentina terá mais inflação e menos crescimento num curto prazo".
Nesse cenário, a popularidade do presidente Mauricio Macri despencou, com o percentual de cidadãos que fazem avaliação negativa de seu governo passando para 62,7% (contra 37,7% de aprovação).
A crise levou o governo argentino a pedir uma linha de crédito de US$ 30 bilhões ao FMI, com juros mais baixos que captar dinheiro no mercado. O início das discussões sobre o caso no Fundo foi marcado para o dia 18 de maio.
O pedido gerou controvérsia, já que o próprio ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, havia prometido que o país não faria mais dívidas com o FMI. Agora, ele diz que o objetivo é “reagir da melhor maneira para cuidar da Argentina e especialmente dos mais carentes”.
Argentinos participam de protesto contra as negociações do governo com o FMI, em Buenos Aires (Foto: Eitan Abramovich/AFP)
Dias depois do anúncio, pesquisas mostraram que a maioria dos argentinos reprova a decisão. O Centro de Estudos de Opinião Pública (CEOP) aponta que 77% da população considera a medida negativa. Segundo outro levantamento, da consultoria D'Alessio Irol-Berensztein, a proporção dos que a rejeitam é de 75%.
Fonte: G1
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