Hora1_richthofen (Foto: reprodução)
Suzane von Richthofen, presa em Tremembé (SP), fez nesta quinta-feira (3) o teste de Rorschach, popularmente conhecido como "teste do borrão de tinta". O exame, cujo resultado deve sair nos próximos dias, vai auxiliar a Justiça na decisão sobre o pedido da defesa para que Suzane cumpra o restante da pena em liberdade.
Conforme apurou o G1, uma psicóloga designada pelo judiciário e credenciada aos quadros de prestadores de serviço do Tribunal de Justiça de São Paulo esteve na penitenciária 2, onde Suzane é interna, para aplicar o teste, que leva cerca de duas horas.
O exame consegue captar elementos e traços da personalidade profundos dos pacientes analisados e serve para identificar, por exemplo, se Suzane corre o risco de cometer crimes novamente e se está apta ao convívio em sociedade. O teste é ainda um complemento ao exame criminológico tradicional, que Suzane já foi submetida e teve parecer favorável.
Aos submetidos ao exame são apresentadas pranchas com manchas de tinta e o psicólogo pede para o paciente analisar o que percebe nestes 'borrões' e, na psicologia, as respostas mostram seus traços de personalidade e como a pessoa enxerga as pessoas e o ambiente ao redor.
A aplicação do teste à detenta acompanha um pedido do Ministério Público de Taubaté. Inicialmente, a Justiça tinha descartado aplicar o exame.
Um relatório sobre os resultados apresentados por Suzane deve ser entregue à Vara de Execuções Criminais de Taubaté (VEC), onde tramita o processo da detenta em segredo de justiça. O documento deve embasar a decisão da juíza Wânia Regina Gonçalves sobre o pedido de Suzane para ir ao regime aberto.
Desfavorável
O mesmo exame, foi aplicado a Suzane em 2014, e nele foram apontadas características como "egocentrismo elevado, conduta infantilizada, possibilidade de descontrole emocional, personalidade narcisista e manipuladora, agressividade camuflada e onipotência". Resultados diferentes podem ser apresentados desta vez.
Na época, a constatação desfavorável não impediu Suzane de obter progressão do regime fechado para o semiaberto.
MP e Defensoria
O Ministério Público foi procurado, mas não comentou o caso, por se tratar de processo em segredo de Justiça.
O G1 procurou também a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e a Defensoria Pública, responsável pela defesa da detenta, para comentarem o assunto e aguardava resposta até a publicação desta reportagem.
Regime aberto
Presa há mais de 15 anos em Tremembé, Suzane teria direito ao regime aberto por trabalhar dentro da unidade, ter comportamento considerado bom e por ter cumprido o lapso temporal necessário para pleiter o benefício. Para isso, ela depende do aval da Justiça.
Os irmãos Cravinhos, comparsas de Suzane no crime, foram autorizados a cumprir a pena no regime aberto. Cristian Cravinhos saiu da prisão em agosto de 2017 e Daniel, ex-namorado de Suzane,neste ano. Cristian voltou a ser preso no mês passado após ser denunciado por agredir uma mulher e, ao ser abordado por policiais, ter oferecido suborno.
Quando fez o teste de Rorschach, o resultado apontou que Cristian apresentava consciência crítica sobre o ato que cometeu, refletindo consequências sobre as perdas causadas pelo crime. "Tem feito movimento intenso de resgate de valores éticos e morais, que sempre fizeram parte de seu cotidiano familiar", dizia trecho do relatório. O exame de Daniel também apresentou resultados favoráveis.
Fonte: G1
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