O Nubank atingiu a marca de 4 milhões de clientes no cartão de crédito neste mês e a rápida ampliação da base está impulsionando as receitas, mas o lucro não é ainda um objetivo de curto prazo, disse nesta terça-feira (22) o fundador o presidente do grupo, o empresário colombiano David Vélez.
"O ganho de escala já permitiu uma diluição dos nossos custos fixos, a ponto de já estarmos gerando caixa, mas buscar o lucro agora poderia nos fazer perder muitas oportunidades", disse Vélez à Reuters. A empresa fechou 2017 com cerca de 3 milhões de clientes, mais do que o dobro em relação a 2016.
Escritório da Nubank, em São Paulo (Foto: Divulgação)
Criado há quase quatro anos, o Nubank ganhou popularidade entre o público jovem oferecendo cartões de crédito sem taxas de anuidade. Mas desde o ano passado, vem incorporando outros serviços financeiros, como o de conta de pagamentos, enquanto busca ampliar a competitividade com grandes bancos comerciais.
Neste período, tem recebido aportes de empresas de capital de risco como Sequoia Capital, Kaszek Ventures e Tiger Global Management. Em março, captou US$ 150 milhões na sexta rodada de investimentos, liderado pelo fundo DST Global, que avaliou o Nubank em US$ 1 bilhão, marca que no jargão do mercado classifica a fintech como um unicórnio.
Executivos de grandes bancos comerciais do país têm apontado que o modelo de negócios do Nubank pode não ser sustentável no longo prazo se não mostrar que pode gerar receitas e lucro.
No ano passado, as receitas totais no Nubank, incluindo ganhos financeiros mais as tarifas de intercâmbio dos cartões, triplicaram para R$ 567 milhões. O prejuízo foi de R$ 117 milhões, menor do que em 2016.
"Ter lucro não é meta para este ano", disse Vélez. "Pode acontecer daqui a um ano, daqui a cinco anos; o que não queremos é perder oportunidades."
Nesta terça-feira, o Nubank anunciou uma atualização de seu aplicativo, por meio do qual a entrada no portal não mais será feita por meio dos serviços de cartão de crédito, mas por uma página com uma prateleira de produtos, que nos próximos meses pode incluir seguros e investimentos, por exemplo.
O movimento vem após a instituição em janeiro ter recebido aval do Banco Central para ser instituição financeira completa.
Em paralelo ao aumento da oferta de produtos, o Nubank vem mirando clientes de mais idade, que também têm maior renda e mais capacidade de gerar receitas. Segundo Vélez, a idade média dos clientes do grupo, que já foi de 21 anos, hoje é de 32 anos.
Na semana passada, o grupo lançou sua primeira campanha na mídia tradicional, baseada numa música interpretada pela cantora Elis Regina ("Como Nossos Pais"), sucesso de quatro décadas atrás.
Fonte: G1
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