A autoridade de aviação civil do México afirmou nesta segunda-feira (21) que vai suspender temporariamente as operações das Aerolineas Damojh (Global Air), a companhia mexicana dona da aeronave que caiu na sexta-feira (18) em Cuba. O avião fazia o voo DMJ 0972 da companhia Cubana de Aviación, mas era arrendado da Global Air. Dos 113 tripulantes e passageiros, 111 morreram e duas mulheres ficaram gravemente feridas.
A autoridade mexicana afirmou que o objetivo da suspensão é garantir que a companhia esteja em conformidade com as regulações, e coletar informações para ajudar na investigação sobre as causas do acidente, que já está em andamento.
Bombeiro usa mangueira para aguar destroços após desastre aéreo em Havana, Cuba (Foto: Alexandre Meneghini/Reuters)
O acidente, segundo a agência de notícias Reuters, é o mais grave da aviação cubana em quase 30 anos.
O avião era um Boeing B737-201 ADV, ano 1979, de matrícula XA-UHZ. O comandante era Jorge Luis Núñez Santos. Outros tripulantes eram Miguel Ángel Arreola Ramírez, María Daniela Ríos, Abigail Hernández García e Beatriz Limón.
Segundo o jornal cubano "Granma", o avião caiu entre a localidade de Boyeros e a cidade de Santiago de Las Vegas, em uma área rural localizada a cerca de 20 km ao sul da capital, Havana.
O governo cubano conduz uma investigação e já identificou 33 dos mortos, alguns dos quais já foram enterrados em suas respectivas províncias. A maioria das vítimas era de Holguín.
Última inspeção foi em novembro
Segundo a agência denotícias EFE, a companhia aérea é conhecida como Global Air, mas foi registrada com o nome Aerolíneas Dalmojh, e tem uma frota com três aeronaves, além de autorização para arrendar aviões e tripulação a outras companhias, como a Cubana de Aviación.
De acordo com informações divulgadas nesta segunda pela Secretaria de Comunicações e Transportes do governo mexicano, a Global Air passou por sua última inspeção anual em novembro de 2017 e foi aprovada. Além disso, todas as aeronaves passam por uma inspeção própria a cada dois anos, e recebem um certificado de aeronavegação depois de "se sujeitarem a testes, controle técnico e aos requisitos de verificação de manutenção estabelecidos".
O governo mexicano disse que a frota da Global Air teve seus últimos certificados outorgados em agosto e outubro de 2017.
As autoridades mexicanas afirmaram que essa não é a primeira suspensão temporária da Global Air. A empresa ficou suspensa entre 11 de novembro e 18 de dezembro de 2010 depois que um de seus aviões precisou fazer uma aterrissagem de emergência na cidade mexicana de Puerto Vallarta por uma falha no trem de pouso dianteiro.
A segunda suspensão durou entre outubro de 2013 e janeiro de 2014, depois que um ex-funcionário fez denúncias de irregularidades técnicas na empresa. Nesse caso, a suspensão afetou apenas uma das aeronaves "até que se apresentou a documentação para atender aos requisitos da inspeção", segundo informou o governo mexicano.
Sobreviventes em estado crítico
Duas cubanas que sobreviveram ao acidente. O médico Carlos Alberto Martínez, diretor do hospital Calixto García, disse que é "desfavorável" a situação de Emiley Sánchez (39), que tem queimaduras em 41% de seu corpo (34% delas são profundas).
A outra sobrevivente se chama Mailén Díaz, de 19 anos, que permanece com um prognóstico reservado. Martinez considerou positivo o fato de que a equipe médica que as atende conseguiu mantê-las "vivas 72 horas" após o acidente, mas ressaltou que "os problemas que elas apresentam são de alta severidade".
Uma terceira mulher havia sobrevivido ao acidente, mas morreu na tarde desta segunda-feira. Grettel Landrove tinha 23 anos e nasceu em Holguín, mas vivia em Havana. Ela sofreu "traumatismo cranioencefálico grave" e "dano neurológico grave".
Fonte: G1
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