Um laudo do Corpo de Bombeiros feito há mais de três anos já indicava riscos de incêndio no edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo. O prédio desabou após pegar fogo na madrugada de terça-feira (1º).
O relatório de nove páginas, a que o SP2 teve acesso, é de 8 de abril de 2015. Nele, os bombeiros analisaram cada detalhe do prédio.
No capítulo "Equipamentos e sistemas de combate a incêndio", os bombeiros indicaram que o prédio não tinha vistoria dos bombeiros, extintores portáteis, instalações automáticas como sprinkler, bombas de recalque para drenar água, nem brigada de incêndio.
O documento tem até um mapa para ajudar as viaturas a chegar mais rápido ao prédio. O laudo termina com a seguinte constatação: “Não será possível realizar simulado no local devido a condições reais de segurança”.
Oito fotos ilustram os problemas apontados no documento, incluindo hidrantes sem mangueira, botijões de gás em locais sem ventilação e ao lado de divisórias de madeira.
O tenente Guilherme Derrite, porta-voz dos bombeiros, disse que o documento era para uso interno, porque a corporação não tem poder para interditar o prédio. “Para nós, que não temos a competência legal de tomar providência maior, a preocupação é orientar a nossa tropa”, disse.
Segundo o bombeiro, o laudo foi encaminhado para o comando da corporação, que o encaminhou para a Prefeitura.
Prefeitura
Anos depois, em janeiro de 2017, engenheiros da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento também constataram problemas no prédio. Num relatório, eles indicavam que o edifício não tinha condições mínimas de segurança contra incêndio.
Nesta sexta (4), a secretária Heloísa Proença disse não ter feito nada porque esperava um posicionamento do Ministério Público (MP) para agir.
“A informação que seguiu nesse laudo do ano passado seguiu para o Ministério Público, que era o órgão que estava fazendo toda a investigação e avaliação de risco”, disse. “Imaginamos então que o Ministério Público deveria nos orientar com essas medidas cabíveis.”
A secretária foi convocada pelo Ministério Público para prestar depoimento sobre o caso na segunda-feira (7).
O MP informou, em nota, que a responsabilidade dos atos administrativos, nesse caso, é de competência da União, dona do imóvel. A Promotoria acrescentou que era o Ministério Público Federal quem estava fiscalizando as questões de segurança do prédio.
Fonte: G1
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