O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, deu três dias para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, esclarecer quem será investigado no inquérito que apura repasses da J&F a políticos do MDB.
Nesta quarta (16), Fachin autorizou a abertura do inquérito, a pedido da PGR. Mas, nesta quinta (17), entendeu que, embora nomes de políticos sejam citados, não está especificado quem deve ser investigado.
O inquérito é baseado nas delações de Sérgio Machado, ex-senador pelo MDB e ex-presidente da Transpetro, e de Ricardo Saud, ex-executivo da J&F.
Os dois afirmaram em depoimentos que o grupo repassou mais de R$ 40 milhões a políticos do MDB nas eleições de 2014.
O Despacho de Fachin
No despacho, Fachin explica que, após o Supremo registrar os nomes de 10 políticos entre os investigados no processo, pediu os autos para analisar o pedido de Raquel Dodge. Isso porque surgiram dúvidas sobre quem será efetivamente alvo da apuração.
No pedido da PGR, são citados 10 nomes, mas a procuradora não narra condutas suspeitas de todos, apenas de alguns.
Diante disso, o ministro determinou que Raquel Dodge "se manifeste, no prazo três dias, sobre quem deve efetivamente figurar como investigado nestes autos".
Delações
Nos depoimentos, Sérgio Machado disse ter chegado ao conhecimento dele que a JBS, empresa do grupo J&F, faria doações à bancada do MDB do Senado em 2014 no valor de R$ 40 milhões, a pedido do PT.
Ainda de acordo com o delator, estariam entre os beneficiados com a doação os senadores Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA), Romero Jucá (RR), Eunício Oliveira (CE), Vital do Rêgo (PB), hoje ministro do Tribunal de Contas da União, Eduardo Braga (AM), Edison Lobão (MA), Valdir Raupp (RO) e Roberto Requião (PR), "dentre outros".
Ricardo Saud, por sua vez, afirmou – segundo a PGR – que houve pagamento de aproximadamente R$ 46 milhões a senadores do MDB, a pedido do PT.
Segundo o delator, apesar de diversas doações terem sido realizadas de forma oficial, "tratava-se de vantagem indevida, uma vez que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 como forma de assegurar a aliança entre os partidos".
O delator afirmou ainda, que o objetivo era "manter a unidade no PMDB, já que havia, à época, risco de ruptura, com a perspectiva de integrantes do partido passarem a apoiar formalmente a campanha de Aécio Neves à Presidência da República."
Fonte: G1
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