Bombeiro usa mangueira para aguar destroços após desastre aéreo em Havana, Cuba (Foto: Alexandre Meneghini/Reuters)
Especialistas cubanos conseguiram recuperar neste sábado (19) uma das caixas-pretas do avião que caiu na véspera depois de decolar do aeroporto internacional de Havana, matando 110 das 113 pessoas a bordo.
O ministro de Transportes de Cuba, Adel Yzquierdo, disse à emissora estatal cubana que os investigadores estão trabalhando intensamente no local do acidente, perto do terminal 1 do aeroporto, e que a caixa-preta localizada está em "boas condições".
"Já temos uma caixa-preta em mãos, em boas condições, bom estado de conservação, e devemos conseguir a outra nas próximas horas. Elas irão para a comissão criada para analisar as causas do acidente", explicou o ministro na entrevista à imprensa oficial.
O ministro afirmou que todos os corpos das vítimas, a maior parte delas cubanas, já foram levados para o Instituto de Medicina Legal de Havana. Parentes já estão no local para oferecer amostras genéticas para facilitar o processo de identificação.
"Já temos a lista de passageiros, vamos publicá-la nas próximas horas", disse o ministro.
Até o momento, apenas dez corpos foram identificados. O avião transportava 102 cubanos, seis tripulantes mexicanos e cinco passageiros estrangeiros: dois argentinos, um mexicano e dois saarauís.
Avião cai logo após decolar de Havana nesta sexta (18) (Foto: Adalberto Roque/AFP)
O primeiro vice-presidente de Cuba, Salvador Valdés, destacou o esforço, a dedicação e o prossionalismo das equipes que atuaram após o acidente e dos funcionários do Instituto de Medicina Legal.
O Boeing 737 da companhia aérea mexicana Global Air, operado pela Cubana de Aviación, caiu pouco depois de decolar em Havana. As três únicas sobreviventes, todas mulheres e cubanas, permanecem internadas em estado grave no Hospital Calixto García, em Havana. Uma delas está consciente.
Obsoleto e barulhento
A aeronave que caiu em Cuba voava havia quase 40 anos. O modelo, o 737-200, é barulhento e obsoleto, e começou a perder espaço, já no início dos anos 1990, para aviões mais modernos e espaçosos, como a continuação da família 737 (-300, 400 e 500), que levavam mais passageiros e tinham motores mais silenciosos e econômicos.
Desde meados dos anos 2000, nenhuma grande companhia aérea no mundo voa os 737-200 - em razão de legislações que exigem que as aeronaves tenham nível de ruido menor. Entre os operadores estão empresas de Uganda, Paquistão, Quênia, Congo, Filipinas e Venezuela. Atualmente, nenhum voa regularmente dentro da Europa e dos Estados Unidos.
O mesmo ocorre no Brasil. Em grandes companhias, o fim se deu em 2005, com Varig e Vasp, ambas extintas. Em 2010, o Boeing 737-200 usado pela Rico Linhas Aéreas, do Amazonas, foi o último a voar regularmente em voos domésticos no país.
Fonte: G1
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