Uhuru Kenyatta dá entrevista à Christiane Amanpour, da CNN; ele afirmou que direitos LGBT são uma questão 'sem importância' no país (Foto: Reprodução/CNN.com)
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, considerou que os direitos do coletivo de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) é um tema "sem importância" no país, e não quis falar sobre isso em entrevista, informou neste sábado (21) a imprensa local.
"Não vou participar de um assunto sem importância para o povo do Quênia", disse Kenyatta perguntado sobre as relações entre pessoas do mesmo sexo em entrevista à emissora americana CNN, de acordo com o jornal queniano "Daily Nation".
O presidente disse que a homossexualidade "não é questão de direitos humanos" e diz respeito à cultura. Além disso, para ele, trata-se de algo rejeitado pela sociedade.
As relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são penalizadas pelas leis quenianas, e o homossexualidade continua sendo ilegal.
Na entrevista à jornalista Christiane Amanpour, Kenyatta disse que não lhe convém mostrar-se favorável ou não à questão, já que é um tema que "os quenianos confiaram à Constituição há anos, indicando claramente que não é aceitável e que não é um tema com o qual querem se envolver".
Nos últimos meses, várias associações LGBT e de direitos humanos levaram perante o Supremo Tribunal do Quênia um recurso contra a ilegalidade das relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, em um julgamento que ainda não teve desfecho.
Não é a primeira vez que o presidente do Quênia se mostra abertamente contra os direitos LGBT, já que em 2015, durante uma visita oficial do ex-presidente americano Barack Obama, Kenyatta já disse que "não era um tema" para tratar no Quênia.
Foi quando Obama falou sobre a necessidade de conseguir a igualdade para o coletivo LGBT, e Kenyatta se mostrou contrariado e disse que "compartilham muitas coisas, mas os assuntos sobrem homossexuais não é uma delas".
Kenyatta participou nesta semana da cúpula bienal do Consórcio de Municípios de Nações (Commonwealth), integrada por 53 países, dos quais 37 têm leis que criminalizam o homossexualismo.
Fonte: G1
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