A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (11), em Guarulhos, um médico que chegava para trabalhar em um hospital público, batia o ponto eletrônico e ia embora. A controladoria da cidade investigou o caso por quatro meses a partir de denúncias de pacientes e servidores à ouvidoria.
É o primeiro caso de denúncia na cidade da Grande São Paulo que resultou em flagrante e prisão de servidor público por ausência não justificada.
Um vídeo mostra um carro branco entrando no Hospital Dona Luiza às 18h30 desta terça-feira. O médico Pierre Simon desce do carro, entra no hospital e vai embora oito minutos depois. Às 20h35, o carro estava estacionado na Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista.
À meia-noite, a polícia disse que o médico voltou ao hospital, ficou cerca de duas horas e saiu de novo. Ele só retornou às 8h50. A TV Globo acompanhou o momento que o doutor Pierre chegou e foi recebido pela Controladoria Geral de Guarulhos e pela Polícia Civil.
O controlador pergunta ao médico a que horas ele iniciou o serviço e qual seu horário de saída. Simon responde que entrou às 19h, saiu às 8h e permaneceu no posto durante todo o período. O controlador então questiona: "E se eu disser que o senhor foi visto ontem lá na Barra Funda? E se eu disser que o senhor dormiu em casa esta noite?".
A controladoria monitorou a rotina do médico por um mês, com fotos e vídeos. Segundo o órgão, houve dias em que ele ficou 10 minutos no hospital e deixou o carro ligado.
O médico foi preso em flagrante e vai responder por falsidade ideológica. Ele ficará afastado do cargo até o fim da investigação. Se confirmado improbidade administrativa, ele vai ser afastado e demitido.
O advogado do médico, Leandro Gomes, afirmou que ainda não se inteirou das provas documentais. “Mas ele alega que não praticava tais atos, que ele realmente, sim, se ausentava do plantão para fazer refeição, para procurar comida”, disse,
Ainda de acordo com o advogado, foram apresentados 19 prontuários médicos que atestam que Pierre Simon atendeu pacientes na noite de terça-feira (10). A polícia vai investigar se os prontuários são verdadeiros.
A controladoria continua investigando os funcionários do hospital porque há suspeita que mais pessoas estejam envolvidas no esquema.
Fonte: G1
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