O capitão Manoel Alves de Oliveira Santos, de 42 anos, foi morto com mais de 30 tiros na noite da quarta-feira, 4, nas proximidades do povoado Vaca Serrada, no município de Porto da Folha, a 180 quilômetros de Aracaju. Ele era comandante do Pelotão de Caatinga e nos próximos dias faria uma grande operação na região. O irmão do PM, Wellington Oliveira, disse que o oficial vinha recebendo ameaças de morte de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Há uns 40 dias ele estava em um momento de lazer, em Mucambo, quando quilombolas avisaram que tinha uma coisa estranha rondando a tribo. E agora ele é pego em uma emboscada”, afirmou Oliveira. “Meu irmão não vai virar estatística. A Secretaria de Segurança Pública perdeu o sossego comigo porque eu vou cobrar. Quero saber se foi PCC, se foi assaltante de banco. Tem de chegar ao mandante.”
Ele lembrou que toda família vinha sendo ameaçada. “Ele nos protegia muito, mas uma vez deixou escapar que um cara ligou para ele perguntando se ele tinha família ou amor à vida”, disse
Em princípio, o assassinato do oficial da PM vem sendo tratado como execução, mas, para não atrapalhar as investigações, a secretaria não dá detalhes.
A polícia já encontrou um dos veículos que teriam sido usados pelos bandidos: um Corolla roubado. O veículo foi encontrado em chamas em uma estrada que liga Porto da Folha a Monte Alegre.
“Ele estava de serviço, preparando-se para uma grande operação. No momento do crime, ele estava indo na casa da família para jantar e voltar para o pelotão. Próximo ao trevo da Vaca Serrada, antes de chegar, ele foi emparelhado por três veículos que disparou diversos tiros”, confirmou a capitã Evangelina de Deus, que responde pelo setor de comunicação social da PM de Sergipe.
O capitão fundou há 10 anos a Companhia Especializada em Operações Policiais em Área de Caatinga (Ceopac).
O corpo do oficial foi velado no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap), no bairro América, e o enterro será na sexta-feira, 6, em Porto da Folha, onde ele nasceu, com honras militares. O capitão Oliveira deixa mulher e três filhos pequenos.
Fonte: Estadão
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