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sexta-feira, abril 06, 2018

Perito descobrem que mais de 300 sócios não poderiam votar na eleição do Vasco, no Rio

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Mais um capítulo da tumultuada eleição do clube do Vasco da Gama, no Rio. Peritos descobriram que mais de 300 sócios não estavam aptos a votar. Um ex-funcionário do clube foi indiciado pela fraude.

Depois de passar por uma perícia, no Instituto de Criminalística da polícia do Rio, o disco rígido do computador do clube foi encaminhado ao Juizado do Torcedor. A mídia contém o registro de 5.780 pessoas que se associaram ao Vasco entre 2015 e 2017.

Contudo, os peritos descobriram que 335 desses sócios não poderiam ter votado, pois a data limite para se tornar sócio e ter direito ao voto foi até agosto de 2016.

O ex-funcionário Sérgio Murilo Paranhos foi indiciado por estelionato e falsidade ideológica. Ele foi diretor de informática do clube na gestão de Eurico Miranda e, de acordo com os investigadores, alterou as datas de associação de sócios do Vasco, para que eles pudessem votar nas últimas eleições.

O Ministério Público do Rio admite pedir à Justiça que a eleição seja anulada. “Essa hipótese, ela não é descartada. O que o Gadest (Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor) trata, é da parte criminal, e eventualmente da parte cível, no que se refere às ações civis públicas. Nesse sentido, o Gadest vai adotar as medidas pertinentes. E, se houver necessidade de remessa desse material para que haja a adoção de outras medidas, isso será feito prontamente”, disse o promotor Marcos Kac.

A eleição no Vasco foi marcada por disputas judiciais e políticas. O executivo Julio Brant e o médico Alexandre Campelo se aliaram para derrotar o então presidente Eurico Miranda. Mas na véspera da votação no conselho deliberativo, realizada em janeiro, Campelo abandonou a chapa de Brant e se elegeu presidente, com votos de aliados de Eurico.

Os advogados do candidato derrotado informaram que vão esperar a decisão da justiça para resolver se pedem a anulação do pleito. O MP ressaltou os prejuízos que a suspeita de falsificação dos cadastros pode acarretar.

“Toda alteração da manifestação popular, no caso manifestação popular restrita à comunidade do Vasco, ela é de uma gravidade ímpar. Porque você frauda essa manifestação de vontade. Então, é óbvio que a partir do momento que você tem um cadastro fraudado, você tem, digamos assim, a vontade do sufrágio completamente alterada. Nesse sentido, eu acho que são graves os acontecimentos”, disse o promotor.

Em Belo Horizonte, onde acompanhou o jogo entre Vasco e Cruzeiro, pela Taça Libertadores da América, o presidente do clube também falou sobre a eleição.

O presidente do Vasco, Alexandre Campello, disse que o HD é de responsabilidade da gestão anterior, e que não se opõe à perícia feita pela justiça. Sobre o funcionário indiciado, o clube disse que irá se manifestar quando for oficialmente comunicado.

Fonte: G1

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